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Secretário diz que falhas em sistema serão corrigidas
DE SÃO PAULOO secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, reconheceu problemas no sistema de informação da polícia e afirmou que já há ações para corrigi-los, como um novo sistema que integrará bancos de dados.
Conforme a Folha mostrou no caso dos "indigentes com RG", a polícia registrou as mortes antes de enviar os corpos para o SVO (Serviço de Verificação de Óbitos) e também registrou o "desaparecimento" dos mortos quando seus familiares deram queixa.
Porém foi incapaz de cruzar os dados dos dois boletins para descobrir que os procurados já estavam mortos (veja quadro).
"O sistema não é proativo e tem limitações de consultas", disse Grella, referindo-se ao fato de que, hoje, boletins de ocorrência feitos em distritos policiais não conseguem ser cruzados com os de delegacias especiais, como a que investiga desaparecimentos.
"É por isso que contratamos o Detecta", disse, citando um sistema que está em implantação e vai integrar os bancos de dados.
Um dos planos, conforme recomendação do Ministério Público, é integrar os dados do IML (subordinado à polícia) com os do SVO, afirmou. Hoje, os bancos de dados dos dois órgãos não se falam.
Por ora, o governo não cogita mudar a norma estadual que permite o enterro de um corpo não reclamado após 72 horas. A regra foi criada em 1993 para resolver o problema de falta de geladeiras para conservar corpos no IML.
"[72 horas] É o limite de tempo que as estruturas permitem o armazenamento. Aí se entendeu que seria um prazo razoável para reclamar [o corpo]."
DISPUTA
O secretário atribui à Prefeitura de São Paulo a responsabilidade pelo SVO, órgão que está no centro da investigação do Ministério Público.
Segundo ele, o Serviço Funerário Municipal é responsável pelo serviço prestado pelo SVO, que é executado pela USP por força de um convênio entre Estado e prefeitura.
Lucia Salles, chefe do Serviço Funerário, rebateu, afirmando que o órgão é da USP e que o município faz somente o transporte e o enterro dos corpos. A direção do SVO também vincula o trabalho desenvolvido pelo órgão à USP, e não à prefeitura.