Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Em crise, Masp aprova reforma de seu estatuto

Mudança histórica permite trocar diretoria

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Numa reunião de quatro horas, a diretoria do Masp aprovou na tarde de ontem mudanças no estatuto do museu que permitirão a ampliação do número de membros de seu conselho administrativo, de 30 para 80 vagas, e a posse de uma nova diretoria.

Rompendo um ciclo de 20 anos em que o arquiteto Júlio Neves e seus aliados, como a atual presidente Beatriz Pimenta Camargo, vêm se revezando no comando, o Masp deverá agora ser dirigido pelo empresário e consultor financeiro Heitor Martins.

Ele, que foi presidente da Fundação Bienal de São Paulo e responsável pelo resgate financeiro da instituição, poderá assumir o Masp à frente de um novo corpo diretivo em 60 dias, quando uma assembleia deverá oficializar o conselho ampliado, responsável por eleger outra diretoria.

Essa é a maior mudança estatutária na história do museu, que enfrenta hoje uma grave crise. Tem uma dívida estimada em cerca de R$ 10 milhões, está impedido de captar recursos por meios federais de incentivo e, segundo a Folha apurou, atrasou pagamentos a funcionários.

'BOLA DE NEVE'

"Essa crise não é um apanágio do Masp, várias instituições enfrentam, mas você passa um tempo sem resolver, e as coisas vão acumulando, vai virando uma bola de neve", diz Pimenta Camargo à Folha. "É uma nova fase do museu, sem dúvida."

Entre outras mudanças, foi aprovado ontem o limite de dois mandatos consecutivos que conselheiros e diretores poderão exercer no museu, além da exigência de que eles passem a fazer contribuições financeiras para o Masp.

Outra mudança é a abertura do conselho a membros do poder público, uma medida que o Masp sempre relutou em adotar. Terão assento permanente no conselho os ocupantes dos cargos de secretário municipal e estadual da Cultura de São Paulo, além do presidente do Instituto Brasileiro de Museus, órgão do Ministério da Cultura.

Essas alterações na alta cúpula do museu são exigência do Itaú, que ajudará no resgate das dívidas do Masp e atuará como parceiro na gestão da instituição. Além do banco, outras empresas, como o Bradesco e a Gerdau, estudam entrar no resgate.

"Estamos trazendo mais gente para cá", diz Júlio Neves, ex-presidente do Masp, à Folha. "Aqui, o desafio é um leão por dia. Nosso maior desafio é todos os dias."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página