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Escrivã é morta em delegacia no Maranhão

Loane Thé, 31, foi esfaqueada dentro de distrito enquanto ouvia suspeito de crime

CRISTINA CAMARGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão Silva Thé, 31, foi morta a facadas enquanto colhia o depoimento de um homem suspeito de estuprar as duas filhas.

O crime aconteceu na cidade de Caxias (a 361 km de São Luís), no Maranhão, nesta quinta-feira (15).

Loane estava sozinha em uma das salas da Delegacia da Mulher para tomar o depoimento do gari Francisco Alves Costa, 43.

Ele puxou a faca que estava escondida na roupa e golpeou a escrivã no pescoço e no peito, segundo a polícia.

A investigadora Marlene Almeida, que estava em outra sala, ouviu os gritos e tentou socorrer Loane, mas também foi esfaqueada. Socorrida, ela passa bem.

O homem tentou fugir, mas foi detido, perto da rodoviária Ele está no Centro de Custódia de Presos de Caxias.

De uma família de advogados, Loane era formada em direito e queria ser delegada.

"Eu disse: é perigoso, minha filha. Você é estudiosa, faz um curso para ser promotora ou juíza", diz o engenheiro agrônomo Flávio Thé, professor aposentado da Universidade Federal do Piauí.

O advogado criminalista Nazareno Thé, tio de Loane, diz que houve negligência na delegacia. "Ela não poderia ter ficado sozinha. Uma escrivã não pode tomar o depoimento sem delegado", disse.

A família estuda a possibilidade de processar o Estado. Para Flávio Thé, a filha transformou-se numa mártir, e a morte dela pode contribuir para que situações como essa não voltem a acontecer.

"Isso é comum em outras delegacias: o escrivão toma depoimentos sozinho. É um problema do Estado brasileiro, que não valoriza o cidadão. Deixa morrer nos corredores de hospital, trabalhando numa delegacia", afirmou, durante o velório.

Loane foi enterrada em Teresina (PI), onde morava. Ela viajava toda semana para trabalhar em Caxias.

INVESTIGAÇÃO

O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Marcos José de Moraes Affonso Júnior, informou que será aberto um processo administrativo para investigar o que aconteceu.

Segundo a delegada-geral da Polícia Civil, Maria Cristina Resende Meneses, o suspeito compareceu na hora marcada para prestar depoimento, sem arma visível.

Numa situação como essa, afirma, os depoentes não costumam ser revistados porque a prática é vista como abusiva por entidades de defesa dos direitos humanos.


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