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Antes da Copa de 1950, opinião pública apoiava mais estádios

Véspera do primeiro Mundial disputado no Brasil tinha clima de euforia e esperança

MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

Um clima de euforia com a Copa entre a população e na imprensa. Nada de greves, muito menos protestos na rua. Raríssimas críticas ao uso de verba pública (100%) na construção dos estádios.

O Mundial disputado no Brasil em 1950 custou cerca de 59 vezes menos que o atual. "É possível traçar um paralelo: se no século 20 o evento tinha proporções bem menores, alguns erros se repetem", diz o jornalista Diego Salgado.

Com Beatriz Farrugia, Gustavo Zucchi e Murilo Ximenes, ele escreveu "1950 "" O Preço de uma Copa" (editora Letras do Brasil), sobre as preparações para o evento.

Em comum, as duas Copas têm o improviso e o atraso na entrega das obras.

Por exemplo: Porto Alegre e Recife foram eleitas cidades-sede a poucas semanas do evento, e embora a escolha do Brasil tenha sido homologada em 1946, a construção do Maracanã só se iniciaria dois anos e meio depois.

Apesar de alvo de disputa entre políticos cariocas, a construção do estádio e a realização da Copa eram motivo de orgulho para os brasileiros. Após duas décadas de guerra mundial e crise financeira, o clima era de esperança.

"Havia uma vontade de afirmação do Brasil, em um contexto de industrialização e crescimento econômico do governo Vargas [1930-45]", diz Daniel de Araújo dos Santos, professor do curso Clio Internacional de pós-graduação e especialista em futebol e relações internacionais.

O povo se sentia parte da festa. Até porque o salário mínimo de então pagava 20 ingressos para os jogos da Copa.

PACAEMBU

Em estilo art déco, o estádio paulistano foi inaugurado em 1940. Cinco viadutos foram construídos para suprir o aumento de circulação em torno do campo.

Segundo Diego Salgado, quando a Fifa anunciou o Brasil como sede, os jogos no Pacaembu já eram dados como certos. Mas, a 23 dias do Mundial, delegados da Fifa exigiram aumento da extensão do gramado e ampliação das cabines para a imprensa.

A qualidade do gramado também foi colocada em xeque, e os jornais na época questionaram: por que os preparativos não haviam sido antecipados?

O estádio recebeu seis jogos, entre eles Brasil e Suíça --que terminou em 2 a 2-- e a semifinal entre Uruguai e Suécia. Até os 32 minutos do segundo tempo, o Uruguai perdia por 2 a 1. O jogo terminou com vitória dos celestes por 3 a 2, e um terrível prenúncio do que aconteceria no jogo final.


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