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Em conversa gravada, acusado não se defende

DA ENVIADA AO RIO GRANDE DO SUL

Ao comemorar 32 anos de atividades com meninos cantores, em 17 de junho de 2011, dom Marcos definiu sua trajetória como "uma longa jornada de compensações e ingratidões".

Um dos pupilos ingratos a que se refere seria o filho de uma viúva que, com seu apoio, estudou música na Alemanha, onde ganhou fama e vive até hoje. "Infelizmente, sem que eu saiba o motivo, ele deixou-me no esquecimento total."

Em telefonema gravado dois anos atrás, ao qual a Folha teve acesso, Marcelo Ribeiro confronta dom Marcos sobre os abusos que ele e o filho da viúva --uma quinta suposta vítima --relatam ter sofrido.

Na ligação, Ribeiro diz ao ex-padre que o músico nunca mais lhe procurou porque "aconteceu com ele o que aconteceu comigo".

A resposta à afirmação de que ambos foram violentados é um grunhido: "Hum, hum", diz o religioso. "Lembrar do abusador a vida inteira não é simples, hein, João Marcos?", inquire o ex-aluno. "Pois é, acredito, pode ser", sussurra o religioso.

Em nenhum momento dos 13 minutos de diálogo dom Marcos nega as acusações. E se justifica. "Hoje eu sou um vovô com 71 anos." "Mas isso não apaga o que fez", rebate Ribeiro. "É verdade", limita-se a responder o religioso, antes de desligar o telefone.

Dom Marcos confirma a ligação. "Mas só descobri a intenção dele no fim da conversa. Não autorizei a gravação." Indagado sobre por que foi cordial e não se defendeu, diz: "Sou religioso. Não posso meter os cachorros quando me ligam".


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