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'Tudo o que faço é esperar por Justiça', diz pai

Dinamarquês que disputa guarda do filho no Brasil reclama da morosidade do Judiciário para emitir decisão

Coordenador de órgão governamental diz que visita tribunais federais para viabilizar criação de varas especializadas

DE BRASÍLIA

A história relatada é praticamente sempre a mesma. O casamento fraqueja e a vida no exterior já não parece tão boa. A mãe decide passar uma temporada em seu país de origem com as crianças e nunca mais volta para onde viviam antes, privando o pai de conviver os próprios filhos.

"Temos mais casos de crianças brasileiras sendo trazidas para cá do que o contrário porque o controle das fronteiras aqui é mais rigoroso do que muitos países. Um dos pais dificilmente sai do Brasil sem o consentimento do outro", explica George Lima, coordenador do órgão do governo que cuida dos casos de sequestro internacional.

Os números mostram bem isso: 79% dos pedidos de retorno referem-se a crianças trazidas irregularmente ao Brasil, segundo a Secretaria de Direitos Humanos.

Essa é a história de Lucas, filho de uma brasileira com o economista dinamarquês Sören Aagesen. Após três anos de casamento, a separação foi inevitável e a mãe voltou ao Brasil sem o filho, em 2007.

Segundo o pai,em 2008, ela apareceu sem avisar, pegou a criança na escola e voou para o Brasil. Em 2011 a Justiça decidiu que Lucas deveria voltar à Suécia, conforme prevê a Convenção de Haia.

Lucas foi então novamente sequestrado, de acordo com a versão de Aagesen.

A mãe rechaça as acusações e tenta manter o filho no Brasil. A última audiência foi cancelada. "É como estar num vácuo. O tempo está passando e tudo o que eu faço é esperar, todos os dias, que o Brasil faça Justiça a mim e ao Lucas", diz o pai, afirmando que apesar de tentar, não consegue ver o filho desde 2012.

Lima, da Secretaria de Direitos Humanos, diz que tem visitado tribunais federais para sensibilizar o Judiciário a criar varas especializadas.

O governo está decidido a intensificar uma campanha junto às principais comunidades brasileiras no exterior. A ideia é alertar brasileiros que vivem fora que trazer filhos sem o consentimento da outra parte é ilegal aos olhos da legislação internacional.

Especialistas dizem que a morosidade da Justiça é prejudicial e pode transformar pai ou mãe distantes em verdadeiros desconhecidos.


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