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'Vamos, machão', provoca pai de Bernardo em vídeo

Gravação, feita pelo médico Leandro, mostra menino apontando um facão

Em uma das cenas, garoto diz que só vai parar se o pai deixar de filmá-lo; advogado não foi encontrado

PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Meses antes de o menino Bernardo Boldrini, 11, ser morto no interior do Rio Grande do Sul, gravações feitas no celular do pai dele, o médico Leandro Boldrini, mostram provocações ao garoto.

Bernardo reage aos gritos e chega a pegar um facão para tentar fazer com que o pai pare de filmá-lo.

As imagens, que constam do processo sobre a morte de Bernardo, ocorrida em abril deste ano, foram divulgadas pelo jornal "Zero Hora" na tarde desta sexta (29) e gravadas em junho e agosto de 2013.

No vídeo divulgado na quinta-feira (28), recuperado pela perícia após ter sido apagado, Leandro mal aparece e a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, é quem agride verbalmente o menino.

As novas imagens mostram o pai seguindo o garoto pela casa, enquanto Bernardo tenta se esquivar.

Em um dos vídeos, com data de 26 de junho de 2013, Bernardo está no banheiro com a porta fechada e o pai diz que quer lhe mostrar uma coisa.

Após uma discussão, Bernardo abre a porta e vai para a cozinha, onde pega uma faca. "É contigo. Tu tá agindo pelos teus próprios atos. Vai, vamos, vamos ver se tu é corajoso. Isso aqui vai ser mostrado para quem tu quiser saber. Vamos, machão", provoca Leandro.

"Faz alguma coisa com essa faca", diz o pai. Bernardo pede para que ele pare de filmar. "Terminou teu show?", responde Leandro.

É então que Bernardo troca a faca por um facão e diz ao pai: "Para o vídeo. Senão, não vou parar".

Outro vídeo, gravado em 10 de agosto de 2013, mostra Bernardo, chorando, escondido dentro de um guarda-roupa. "Sai! Para de me filmar. Seu idiota, olha o que tu fez, bateu na minha porta."

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a dentista que tratava Bernardo disse que ele "fazia tudo sozinho, não tinha ajuda".

No início do ano, Bernardo chegou a procurar ajuda no Ministério Público, reclamando de negligência afetiva. Em audiência na Justiça, ficou decidido que pai e filho tentariam uma reconciliação.

OUTRO LADO

O pai de Bernardo nega participação no crime. Seu advogado não foi encontrado ontem para comentar as novas gravações. A madrasta diz que a morte foi acidental, após erro na dosagem de um calmante dado ao enteado.

Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, afirma que ajudou a ocultar o corpo após sofrer "pressão psicológica". Evandro Wirganovicz nega participação no crime. Os quatro estão presos.


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