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Padrasto é preso acusado de torturar menina de 3 anos

Empresário gravava vídeos em que a impedia de dormir ou atava suas pernas

Mãe perdeu a guarda da garota, que está em um abrigo em Araçatuba (SP); 'ela só chora', diz conselheiro tutelar

COLABORAÇÃO PARA FOLHA

O padrasto de uma menina de três anos suspeito de torturá-la física e psicologicamente, em Araçatuba (a 527 km de São Paulo), foi preso após denúncia anônima.

A mãe da menina, de 21 anos, perdeu a guarda da filha, mas está em liberdade. O Ministério Público denunciou o casal. O processo está sob segredo de Justiça.

A criança foi levada a um abrigo e está sob os cuidados do Conselho Tutelar por tempo indeterminado.

"No momento, ela está quietinha. Só chora", diz o conselheiro Carlos Lacerda. "Ela não falou nada, não está entendendo o que está acontecendo."

A menina está recebendo atendimento psicológico no abrigo desde que foi afastada da mãe, mas não falou sobre as agressões sofridas, segundo o Conselho Tutelar.

De acordo com Lacerda, a criança está assustada. "Ela não tinha [o padrasto] como figura paterna. Ela não gosta dele", diz o conselheiro.

O padrasto, de 35 anos, costumava filmar as torturas. O empresário foi preso no dia 26 em seu apartamento.

Em um dos vídeos feitos pelo celular, o homem dá uma cebola crua para a menina comer como se fosse uma maçã. "Tá gostosa a maçã? Morde para mostrar para a mamãe", ele pede à criança, num dos trechos divulgados pela Rede Globo.

Em outro registro, a menina aparece sonolenta, mas o padrasto impede que ela deite. Quando ela consegue dormir sentada, ele dá um grito para acordá-la. Em depoimento, o empresário disse que fazia uma brincadeira.

Também aparece com as pernas atadas com fita adesiva, tentando caminhar --nas imagens, ela cai duas vezes.

O advogado dos suspeitos, William Paula de Souza, não quis comentar o assunto. "Isso vai ser discutido no Judiciário", disse à Folha.

Segundo o promotor Cláudio Rogério Ferreira, da Infância e da Juventude, a primeira medida será tentar transferir a guarda da garota para um familiar.

Caso seja comprovado pelos técnicos da Justiça que nenhum parente tem condições de cuidar da menina, ela será encaminhada para adoção.

"A minha principal preocupação é com a situação da menina", diz o promotor.

A Folha não publica os nomes da menina, da mãe nem do padrasto para proteger a criança.


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