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Análise

Modelo do tráfico varejista em SP é caracterizado pelo PCC

PAULO MALVASI ESPECIAL PARA A FOLHA

O comércio varejista de drogas em São Paulo a partir dos anos 2000 é caracterizado pela expansão do modus operandi do PCC.

O modelo de gestão é flexível. Os empreendedores (donos de pontos de venda) disputam o mercado em um processo de livre concorrência.

A maior parte destes pequenos empreendedores não é de membros do PCC, mas mantém relações comerciais e políticas com pessoas ligadas à organização. Parte expressiva da distribuição de drogas é realizada sob a rubrica do PCC, embora não seja exclusiva.

O uso da violência na conquista de novos pontos de venda não é prática comum deste modelo de organização do tráfico varejista.

A imagem de traficantes "tomando a boca" de outros à "bala" não corresponde à dinâmica atual do tráfico em São Paulo. A estratégia mais comum é a oferta partir de membros do PCC para a compra de pontos de venda de traficantes menores. A violência está posta como possibilidade, mas já não é considerada a opção comercialmente mais rentável.

O tráfico de drogas chega aos bairros como uma atraente possibilidade dada à "viração", um mercado de fácil acesso, uma estrutura de oportunidades ilegais efervescente; um mercado que aceita os jovens de acordo com a especialização e características pessoais; o tráfico é um dos empregos mais acessíveis para jovens com pouca formação escolar.

A consolidação da lógica comercial no tráfico e a diminuição da violência fatal entre traficantes apontam para o fato de que ações públicas puramente repressivas não são eficazes.

PAULO MALVASI é antropólogo, doutor pela USP, professor da Uniban, pesquisador do CEM e do Cebrap


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