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Tráfico voltou a Paraisópolis após polícia sair da favela

Assim como hoje, PM ocupou a região em 2009; nesse intervalo, crime voltou

Lista com nomes de PMs que seriam alvo de criminosos foi apreendida pela polícia no local nesta semana

MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

Em 2009, a Polícia Militar realizou uma operação em Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, com as mesmas características da que foi desencadeada na última semana. Batizada de "Saturação", o objetivo era 'matar' a estrutura criminal da região, com foco no tráfico de drogas.

Nesses três anos que separam as duas operações da PM, porém, o tráfico de drogas recrudesceu na favela da zona sul, onde moram cerca de 80 mil pessoas.

Foi lá que a polícia apreendeu uma lista com nomes de PMs que seriam alvo da facção criminosa PCC. Até sexta-feira, 91 policiais haviam sido mortos no Estado, numa onda de violência que levou o governo federal a oferecer ajuda ao Estado de São Paulo.

Segundo o major da PM Marcio Streifinger, que participa da operação atual, após a polícia deixar a região em 2009, demorou a voltar. "Quando a PM vai embora a tendência é uma situação de normalidade e o tráfico demora a se reestruturar"

Desta vez, fazem parte da "Saturação" cerca de 500 PMs, 154 carros, 60 cavalos e 6 cães que ocupam a região.

"É um trabalho de prevenção e repressão estritamente feito pela polícia -não existe assistência social nesse tipo de missão", explica o major Streifinger.

Ele lembra que se trata de uma operação temporária, que pode durar até três meses. Não há previsão de instalação de uma base da PM no local.

ÀS CLARAS

Em Paraisópolis, o tráfico de drogas não mantém o domínio territorial (leia-se controle sobre meios de transporte e distribuição de gás) como ocorria em muitos dos morros do Rio de Janeiro. A onda de homicídios que acomete o cinturão da cidade também não chegou até lá.

Mas ainda assim, a comercialização e o consumo de drogas acontecia às claras, apontam moradores. Isso além dos assaltos -só de um ano para cá, a loja das Casas Bahia, saudada à época de sua inauguração em 2009 como um marco de renovação na favela, foi vítima de dois.

E ainda havia o baile funk fechando as quatro principais ruas de Paraisópolis, a todo volume de sexta-feira à madrugada de segunda.

De forma velada, por medo de represálias, boa parte dos moradores ouvidos pela Folha aprova a nova intervenção. Eles, no entanto, fazem ressalvas. A primeira delas é sobre o tempo restrito da ocupação.

Há também críticas à falta de ações sociais integradas na favela."Ações pontuais da polícia não vão resolver os problemas. Temos um déficit de 5.000 vagas nas creches, por exemplo. Não temos um único cinema, clube ou faculdade", diz Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores de Paraisópolis.


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