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Modelo de UPPs não serve para SP, diz ex-secretário

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Por seis anos, enquanto trabalhou no Ministério da Justiça -onde foi secretário Nacional de Justiça-, o advogado Pedro Abramovay, 32, acompanhou as negociações entre os governos federal e do Rio em busca de soluções para a violência.
Para ele, em SP não cabe repetir a instalação de UPPs. "O crime organizado nunca foi obstáculo para que o Estado entrasse nessas áreas."

Folha - É preciso ocupar favelas, como no Rio, para reduzir a violência em São Paulo?
Pedro Abramovay - Não. São fenômenos diferentes. Nenhum dos dois é melhor ou pior, são arquiteturas criminosas completamente diferentes. No Rio pré-UPP, o modelo era de dominação militarizada de territórios, com a estruturação do crime a partir daí. Quem comanda o território comanda um pedaço da economia criminosa da cidade. São Paulo é diferente.

Por causa do PCC?
São Paulo não perdeu território para o PCC. Para a população, a presença do PCC não é tão marcante.

O PCC influenciou na redução das mortes violentas?
O padrão de violência com os homicídios despencando e outros crimes permanecendo muito altos é incomum. Em Nova York, Chicago, Bogotá, o crime caiu como um todo por causa de políticas que atacam os problemas. Em São Paulo, não. Na literatura mundial, isso se chama "pax mafiosa".

E como deve ser a cooperação entre os governos?
Tem que ser voltado para a inteligência com o compartilhamento de informações. Um bom exemplo é a Missão Suporte, grupo formado por policiais federais de outros Estados que investigaram as facções do Rio. É aí que surge o hoje secretário José Mariano Beltrame, que coordenou o grupo. Outra questão importante é a transferência de presos para presídios federais.


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