Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Júri inocenta Carla Cepollina da morte do coronel Ubiratan

Jurados consideraram não haver provas suficientes para condená-la

Promotor responsável pela acusação ainda não sabe se irá recorrer; para Carla, 'foram seis anos de injustiça'

TALITA BEDINELLI RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

Carla Cepollina, 47, foi inocentada ontem à noite da acusação de ter assassinado, em setembro de 2006, o coronel da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, comandante do episódio conhecido como Massacre do Carandiru.

O julgamento, no Tribunal do Júri, foi feito por sete jurados, seis homens e uma mulher. Os quatro primeiros a se manifestar consideraram ter havido falta de provas e, por isso, absolveram Carla, que namorava Ubiratan à época.

Como esses quatro votos já compunham a maioria do júri, a votação foi encerrada.

Responsável pela acusação, o promotor João Calsavara disse que não irá recorrer, mas não explicou os motivos. O advogado que representa os filhos de Ubiratan, Vicente Cascione, que auxiliou na acusação, ainda não se decidiu o que fará.

DOIS MINUTOS

O juiz Bruno Ronchetti de Castro levou dois minutos para ler a sentença que absolveu Carla. Ela já havia sido informada minutos antes da decisão, via advogado; reagiu emocionada, mas não chorou, segundo Eugênio Malavasi, um dos seus defensores.

Discreta, em pé, aparentando calma, ela abraçou Malavasi e depois a mãe, Liliana Prinzivalli, que também a defendia no caso. Esta, ao ver confirmada a sentença, olhou para baixo e fez sinal da cruz.

"São seis anos sofrendo para consertar uma injustiça", disse Carla. "Estou feliz."

Afirmou ainda que agora caberá à polícia descobrir o responsável pela morte de Ubiratan. Sua celebração, disse, se resumiria a se reunir com a família e "rezar". Entre os planos, está "recomeçar a vida do zero".

DÚVIDAS

A defesa conseguiu colocar em dúvida a principal tese da acusação: a de que Ubiratan morrera entre as 19h05 e as 20h27 de sábado, 9 de setembro de 2006, enquanto Carla estava com ele em seu apartamento nos Jardins (zona oeste de São Paulo).

Baseado no laudo da necropsia de Ubiratan, a defesa sustentou que o coronel havia morrido no dia seguinte, domingo, quando Carla não estava mais no apartamento.

A defesa explorou ainda outro episódio que contribuiu para o resultado: Carla enviou uma mensagem para o celular do coronel Ubiratan às 8h25 de domingo, mas o celular dele só a recebeu às 11h27 do mesmo dia.

Segundo a operadora de celular, isso indica que o telefone estava desligado até as 11h27. Com isso, disse a defesa, ou o coronel estava vivo no domingo ou havia outra pessoa no apartamento, já que Carla estava em casa.

A acusação não conseguiu esclarecer esses pontos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página