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Promotores querem manter chefes de facção fora do Estado

Documento diz que governo não controla presídios e pede suspensão da saída temporária de final de ano

PF detectou vários telefonemas feitos por detentos de presídio de segurança máxima; Estado não comenta

ROGÉRIO PAGNAN AFONSO BENITES DE SÃO PAULO JOSMAR JOZINO DE “AGORA”

Documento assinado por promotores de São Paulo afirma que o governo estadual não consegue impedir que presos do PCC comandem a atuação de bandidos nas ruas e defende a transferência da cúpula da facção para outros Estados.

Os signatários são os 12 promotores de Justiça responsáveis pelo cumprimento das penas de metade dos quase 200 mil presos de SP, incluindo os chefes acusados de ordenar ataques contra PMs.

O documento foi entregue na terça ao procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, horas antes da reunião entre os governos federal e estadual que acertou a transferência de alguns chefes da facção para presídios federais.

O primeiro foi transferido ontem. Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, chefe do tráfico na favela Paraisópolis, deixou presídio de Avaré e foi levado ao presídio federal de Porto Velho (RO).

'REAL SITUAÇÃO'

Segundo os promotores, a intenção é informar "a real situação" do sistema penitenciário. Hoje, dizem, o sistema "está nas mãos do PCC".

Uma das bases do pedido é a investigação da Polícia Federal que descobriu, por meio de interceptações, uma intensa troca de telefonemas entre presos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau na coordenação de tráfico internacional de drogas e de armas.

Os presos Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, foram flagrados nas ligações dando ordens a seus subordinados que estavam nas ruas.

Esses telefonemas, gravados a partir de fevereiro de 2011, são provas de que esse presídio não tem sistema que impede a comunicação dos presos com o mundo exterior.

Os promotores dizem que a investigação da PF tirou "a falsa ilusão" que eles tinham de que o governo concentrava a cúpula do PCC em Venceslau por ser um presídio com alto rigor de isolamento.

Para os promotores, a transferência dos presos para outros Estados vai ajudar a acabar com a crise.

A Procuradoria-Geral de Justiça afirmou que apoia as manifestações dos promotores. As secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública não se manifestaram sobre suposta falha no isolamento de presos.

Os promotores também pediram que os presos do PCC não sejam beneficiados pela saída temporária de final de ano. A pasta disse que isso será debatido internamente.


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