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Crise deve manter Ferreira Pinto no cargo
Alckmin avalia que troca de secretário em meio à onda de violência elevaria a sensação de insegurança e falha na gestão
Prioridade agora é asfixiar o tráfico de drogas e fazer o PCC recuar; troca de nome será discutida em 2013
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) iniciou a busca por um substituto para o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.
A aliados Alckmin reconhece que está insatisfeito com o desempenho do subordinado, mas admite dificuldade em encontrar um nome.
A insatisfação vem de antes da onda de violência em São Paulo. A busca por um sucessor começou há mais de três meses, discretamente.
A recente crise agravou a situação do secretário mas, paradoxalmente, interrompeu a procura. Alckmin avalia que uma troca agora elevaria a sensação de insegurança e falha na gestão.
Ferreira Pinto enfrenta resistências desde a recondução ao cargo, em janeiro de 2011, na montagem da equipe de Alckmin. Na transição, colaboradores do tucano insistiam que era preciso trocar o comando da segurança.
Nomeado por José Serra (PSDB), Ferreira Pinto está no cargo há seis anos graças ao discurso de combate à corrupção policial. A iniciativa, no entanto, lhe rendeu inimigos dentro da Polícia Civil.
Basicamente, sua política de investigação interna foi executada pela PM. A estratégia reavivou o racha entre as polícias e, há tempos, admitem integrantes da gestão Alckmin, Ferreira Pinto não conta mais com a ajuda de setores da Polícia Civil no combate ao crime organizado.
NOMES
Com dificuldades de encontrar nome em São Paulo, avaliou importar um figurão da área, a exemplo do que fez o governador Sérgio Cabral (PMDB) no Rio (com José Mariano Beltrame), ou reintegrar especialistas que se destacaram fora do Estado.
Alckmin chegou a cogitar o nome de José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública no governo FHC. A operação não vingou porque Silva Filho é coronel da reserva da PM e Alckmin temeu agravar a insatisfação da Polícia Civil.
Por ora, é consenso no governo que Ferreira Pinto ficará no cargo até o fim da crise. Em 2013, Alckmin iniciará uma reforma do secretariado e o assunto voltará à pauta.
A prioridade é conter a crise e minimizar o clima de insegurança. No governo, avalia-se que o PCC recuará quando perceber que a guerra com a polícia prejudica a venda de drogas, maior atividade financeira do grupo.