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Para reduzir barulho, helicópteros terão de voar mais alto em São Paulo
Excesso de ruídos em solo e segurança de voo obrigarão aeronaves a voar 61 metro acima do nível atual
Por razão de segurança, rota sobre a avenida Paulista será extinta e substituída por trajetos alternativos
Os helicópteros terão que sobrevoar a cidade de São Paulo a uma altura de aproximadamente 200 pés (61 metros) acima da atual a partir do dia 13 de dezembro.
A mudança foi determinada pelo SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Voo), órgão do Ministério da Aeronáutica, e tem como objetivo reduzir o barulho causado pelas aeronaves em solo.
De acordo com norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o padrão de dia em áreas residenciais deve ser de 55 decibéis; um helicóptero produz barulho superior a 85.
A alteração também ocorre para aumentar a segurança operacional. A altitude atual foi instituída em 2005, mas, desde então, a cidade mudou. Com a construção de mais obstáculos como antenas e prédios, surgiu a necessidade de as aeronaves voarem mais alto.
Pelos mesmos motivos, foi determinada a extinção da rota que passava pela avenida Paulista. Para pousar nos helipontos dessa avenida, os pilotos terão que usar outras 23 rotas alternativas, como a que passa por cima da avenida Brasil.
A retirada dos sobrevoos de helicópteros pela Paulista também ocorre para aumentar a segurança no aeroporto de Congonhas, já que algumas rotas de aviões também passam por lá.
"As rotas também serão mais largas, seguindo o padrão internacional, o que vai permitir maior capacidade de fluxo", diz Rodrigo Duarte, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero. Ele afirma que a frota, hoje em 654 no Estado, deve continuar crescendo.
BAIRROS
Devem ser beneficiados com a maior altitude dos helicópteros moradores de bairros de perfil residencial como Lapa, Vila Romana e Morumbi, todos na zona oeste.
Também pode representar um alívio para os moradores do Alto da Lapa, também na zona oeste. No bairro não existe rota para helicópteros há anos, mas é comum que pilotos ainda usem o bairro para cortar caminho -o que é proibido.
As aeronaves devem usar as 23 chamadas Rotas Especiais de Helicópteros para trafegar pela cidade, e só estão autorizada a desviar delas em casos excepcionais.
São exemplos de situações que justificam o desvio as coberturas jornalísticas por emissoras de TV e a presença de urubus no trajeto.
"Acho a mudança ótima. Como morador, é uma coisa que sempre me incomodou. Agora, se há pilotos que não cumprem, deve haver fiscalização", diz Renato Astray, que mora na Vila Pirajussara, ao lado do Instituto Butantan.