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Ex-secretário elogia a Rota e nega ter afastado Polícia Civil
Ferreira Pinto diz em discurso que teve 'orgulho de prestigiar' a tropa da PM
Segundo ele, é 'falsa verdade' a acusação de que afastou delegados das investigações sobre o crime organizado
O ex-secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto elogiou ontem a atuação da Rota (grupo de elite da Polícia Militar) no combate ao crime e disse que não enfraqueceu a Polícia Civil.
As declarações foram dadas durante a cerimônia em que transmitiu o cargo a Fernando Grella Vieira.
Membros do governo acham que ele priorizou a PM, especialmente a Rota, e o enfrentamento com a facção criminosa PCC e que desprestigiou a Polícia Civil e o seu trabalho de investigação.
A letalidade da Rota ficou maior no período. De 2009 a 2012, ao menos 294 pessoas foram mortas em supostos confrontos. Comparando os dez primeiros meses de 2009 com igual período de 2012, a alta nas mortes foi de 69%.
Ontem, Ferreira Pinto afirmou que teve "orgulho de prestigiar a Rota". Citou que a tropa de elite, desde 2009, quando ele assumiu a pasta, fez 1.327 prisões e apreendeu 51 fuzis e R$ 16,3 milhões em dinheiro com criminosos.
Em seu discurso, também elogiou a Polícia Civil e negou que tenha enfraquecido a ação de delegados e investigadores ao determinar que a Rota seria destacada para combater facções criminosas.
"É uma falsa verdade dizer que a Polícia Civil foi afastada da investigação."
Segundo ele, em sua gestão, várias medidas foram tomadas para melhorar a investigação, como a retirada de 1.349 policiais que atuavam no Detran (departamento de trânsito), o fechamento de delegacias inoperantes e a realocação de profissionais.
Ele não citou a atual crise de segurança. Coube ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) dizer que o governo vai vencer essa onda de violência e afirmar que quem ataca PMs ataca o Estado.
Neste ano, 96 PMs da ativa e da reserva foram assassinados no Estado. Parte da crise na segurança é atribuída a esses homicídios, que seriam um revide à prisão ou assassinatos de criminosos do PCC.
Ferreira Pinto passou a tarde com Grella para repassar dados sobre a pasta, que tem 130 mil policiais e orçamento anual de R$ 2,4 bilhões.
MÁGOA
Ferreira Pinto deixou o cargo magoado com Alckmin. Ele queria sair com a sensação de ter concluído um trabalho, o que não foi possível com a atitude do governador de demiti-lo durante a crise.
Ele achava ser possível reduzir a onda de homicídios e que, após a reversão, não teria problemas em deixar o cargo.