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Em uma noite, criança de 5 anos e mais 14 pessoas são mortas em SP
Período foi o mais violento desde que a onda de violência se intensificou, em 24 de outubro
Em São Bernardo do Campo, Polícia Civil investiga suspeita de alteração de cenas das mortes de três pessoas
Um garoto de cinco anos e outras 14 pessoas foram mortas a tiros na noite de anteontem e na madrugada de ontem na região metropolitana de São Paulo. Outras 24 pessoas foram baleadas.
Esse foi o período mais violento desde o dia 24 de outubro, quando se intensificou a onda de crimes no Estado.
Com esses homicídios, chega a 302 o número de pessoas mortas em 30 dias -média diária de dez. Até setembro, a média era de seis.
Das 15 vítimas, oito foram mortas em chacinas: uma em Osasco e outra em Diadema.
Na de Osasco, 11 pessoas foram baleadas durante uma festa de aniversário no Jardim Rochdale, na periferia. Cinco atingidos morreram. Entre as vítimas estava o menino Daniel do Nascimento, 5, que estava na festa com seu pai, o ajudante Eliezer Nascimento, 31, que também morreu.
Na cena do crime, os peritos encontraram cápsulas de pistolas e de uma espingarda calibre 12. Segundo a polícia, quatro homens em um carro e em uma moto chegaram ao local e, sem dizer nada, iniciaram a matança.
Também em Osasco, dois suspeitos de roubo morreram ao trocar tiros com PMs.
Na chacina de Diadema, corpos de três mortos estavam no chão com marcas de tiros na cabeça e no peito, na periferia da cidade. Segundo a polícia, nenhuma testemunha relatou o que ocorreu.
Os outros crimes foram em São Bernardo do Campo, com três mortos, e na capital paulista, onde dois homens morreram em suposta troca de tiros com PMs na zona leste.
MOTOQUEIROS
Em São Bernardo, a polícia investiga por qual razão não havia vestígios de projéteis em 3 dos 4 ataques de anteontem e ontem.
A suspeita é que os atiradores ou pessoas que tentavam acobertá-los mudaram as cenas dos crimes para atrapalhar as investigações. Nos três casos, os ataques foram realizados por quatro criminosos em duas motos.
Os casos que tiveram participação dos motoqueiros foram registrados nos bairros Pedreira, Alves Dias e Cooperativa. O único em que não houve participação desses criminosos foi um ataque no Jardim Calux.
Desde o início do mês, o governo apura se há a atuação de policiais nos ataques. O delegado-geral, Marcos Carneiro, disse que policiais consultaram as fichas criminais de vítimas de homicídios antes de elas serem mortas.
A escalada da violência no Estado foi uma das razões da queda de Antonio Ferreira Pinto do cargo de secretário da Segurança Pública.