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58,4% ainda têm carências sociais, apesar de melhora

Novo indicador mostra avanço, já que em 2001 índice chegava a 70,1%

Pesquisa leva em conta, além da renda, fatores como a falta de acesso a serviços públicos e o atraso educacional

DO RIO

Não é apenas a falta de renda que determina a pobreza. Sob esse prisma, o IBGE adotou um modelo usado no México e divulgou pela primeira vez um indicador que leva em conta carências na área social. Constatou que 58,4% dos brasileiros sofrem com alguma vulnerabilidade.

São considerados carências: atraso educacional; não inclusão na seguridade social (como contribuinte ou beneficiário); características do domicílio inadequadas (mais de 2,5 pessoas por dormitório, por exemplo); e falta de acesso a algum serviço público básico.

Com melhoras sobretudo na inclusão na Previdência (fruto do crescimento econômico e do emprego formal) e em programas sociais, no saneamento básico (água, esgoto e lixo) e na redução do atraso escolar, houve avanço frente a 2001, quando o índice era 70,1%.

Outro indicador, inspirado em institutos europeus, mensurou a carência de renda.

É considerado pobre quem vive em família com renda per capita abaixo de 60% do rendimento mediano (ponto central entre a metade inferior e a metade superior de uma amostra) das famílias.

Nesse critério, 29,8% dos brasileiros sofrem da falta de renda. Houve pequena melhora em relação a 2001, quando 30,2% estavam nessa situação.

O rendimento mediano per capita das famílias em 2011 era de R$ 545 (mesmo valor do salário mínimo daquele ano) -60% desse valor correspondia a R$ 327. Usa-se a mediana em vez da média para evitar distorções provocadas pelos extremos de rendas muito altas e muito baixas.

MEDIDA FIXA

Para Bárbara Cobo, gerente da pesquisa do IBGE, a vantagem é que o indicador adota uma medida fixa, como o das linhas de pobreza (1/2 ou 1/4 do salário mínimo, por exemplo), que não muda ao longo do tempo e "isola" a fatia mais pobre da população.

Nesse caso, o índice (60% da mediana) avança à medida que o rendimento da sociedade cresce. Pode-se, assim, perceber se a parcela de mais baixa renda obteve melhora frente ao rendimento do país.

"Mas os dados mostram que ainda permanece uma desigualdade muito grande, apesar da melhora indicada por outras medidas de renda."

Esse "avanço discreto", diz, pode ser visto na fatia da renda absorvida pelos 20% mais pobres, que passou de 2,6% em 2001 para 3,5% em 2011. (PEDRO SOARES)


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