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Alberto Marcelo Gato (1941-2012)
Véio Gato, sindicalista e político
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOO presidente Geisel, no uso das atribuições que lhe conferia o AI-5, decidiu, em 1976, cassar o mandato e suspender por dez anos os direitos políticos de Alberto Marcelo Gato.
A justificativa: as declarações dadas por ele à imprensa tinham sido consideradas "ofensivas às autoridades".
Deputado federal eleito em 1974 com mais de 100 mil votos, em seu mandato fizera um discurso contra a censura à livre manifestação do pensamento e sugerira a criação de uma CPI para investigar os "erros da política salarial". Durou um ano no cargo.
Saído de Sertãozinho (SP), Véio Gato, como era chamado, estudou química industrial em Ribeirão Preto, onde chegou a atuar em rádio.
Foi trabalhar na Cosipa em Santos, e lá começou a carreira política. Ligado ao PCB desde jovem, entrou para o sindicato dos metalúrgicos, que acabaria presidindo.
Formou-se em direito e, em 1972, foi eleito vereador. Dois anos depois, pelo MDB, tornou-se deputado federal.
Depois de cassado, perdeu o emprego na Cosipa e passou a advogar para sobreviver.
Com a abertura, filiou-se ao PPS. Foi assessor do ministro do Trabalho Almir Pazzianotto, nos anos 1980, e concorreu como vice-prefeito de Santos na chapa de Telma de Souza, que não se elegeu, em 2000.
Desde 2008, era diretor de assuntos jurídicos do Sindicato Nacional dos Aposentados, da Força Sindical.
A mulher, Andrea, conta que Gato sempre perseguiu uma sociedade mais justa.
Ia começar a tratar um câncer de esôfago. Morreu na segunda (26), aos 71, em decorrência de uma embolia. Teve quatro filhas e seis netos.