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Chien Kong Fong (1931-2012)

A âncora do pintor chinês Fang

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

O pai de Chien Kong Fong, um engenheiro que dirigiu fábricas de papel na China, gostava de rabiscar figuras marítimas. O filho sentava ao seu lado para desenhar e era incentivado na prática artística.

Um dia, o menino encasquetou com uma forma que desconhecia e quis saber o que era. O pai lhe explicou: "As âncoras têm muita personalidade. São modestas e silenciosas. O fundo do mar é um mundo cruel e, diante de qualquer ameaça da correnteza, ela não muda de posição".

Chien Kong Fong ficou conhecido pelo nome artístico de Fang. Nascido na China, por volta dos dez anos viu o pai ficar doente, perder o movimento da mão direita e morrer. Em 1951, mudou-se com a mãe e o irmão para o Brasil.

Em 1954, Fang começou a estudar pintura com o japonês Yoshiya Takaoka. Desde os 14 anos já fazia aquarelas e sumi-ê, pintura milenar chinesa trabalhada com nanquim.

Começou a expor a partir de 1957 e a ganhar prêmios em salões de artes. Quase não retratou figuras humanas. Tinha paixão pelo "irregular, livre e assimétrico", características presentes nas pinturas que fazia de casarios, plantas, paisagens e naturezas-mortas.

Em 1972, foi convidado a dar aulas na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Quatro anos depois, expôs no Masp.

Também mostrou sua arte em Brasília, Rio, Chicago, Nova York e Tóquio e deu aulas particulares. Assinava com uma âncora, para simbolizar que não desviara de seu rumo.

Praticava tai chi chuan todos os dias, como conta a mulher, Akiko. Passara por uma cirurgia cardíaca, mas não resistiu a um infarto e morreu na quinta, aos 81. Teve três filhos.


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