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Análise

Conscientização enfrenta contradições da legislação

ALENCAR IZIDORO EDITOR-ASSISTENTE DE “PODER”

"Mário, 5 anos, está com traumatismo craniano. Sabe quem fez isso? O pai dele. Para fazer mal a uma criança, não é preciso espancá-la. Basta deixá-la no carro sem a cadeirinha adequada."

Uma mensagem semelhante a essa, comparando a falta do equipamento de retenção a maus-tratos, foi propagada na TV pelo governo espanhol há quatro anos para conscientizar os pais.

A efetividade desse discurso pode ser controversa. Mas toca num ponto que segue crítico no Brasil -apesar dos avanços nos últimos anos.

Os mesmos pais que às vezes são neuróticos para que um filho não pegue friagem relaxam diante da primeira dificuldade para transportá-lo na cadeirinha automotiva.

Por quê? Eles ainda desconhecem os riscos, após décadas do hábito de levar crianças no colo ou até deitadas dentro dos autos.

O desafio de conscientizar motoristas enfrenta contradições da própria legislação. Tanto em táxis como em vans escolares não vale a mesma obrigatoriedade dos equipamentos apropriados. Há entraves práticos, mas a mensagem é de que a segurança perde para interesses setoriais.

Afinal, como convencer um pai do perigo de seu filho ser levado fora da cadeirinha se, nas exceções, esse perigo tem aval governamental?

Outras barreiras para a difusão das cadeirinhas são práticas: os preços que persistem nas centenas de reais e a complexidade para a instalação correta, por exemplo.

A fragilidade da fiscalização é outra ameaça para a disseminação da "cultura da cadeirinha". Além de não ser viável com aparelhos eletrônicos, ela depende de uma abordagem policial cada vez mais rara em ruas e estradas.

Essa vigilância permanente é fundamental para criar nos motoristas a chamada força do hábito -assim como a utilização do cinto no banco dianteiro, que tem a adesão próxima de nove a cada dez motoristas, contra um ou dois no banco traseiro.


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