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Foco

Do lado de fora da posse, 'semiVIPs' ganham toldo e público assiste da rua

Enquanto 500 convidados assistiram ao evento dentro da prefeitura, grupos acompanhavam cerimônia em telões sob 'puxadinho' e na rua

DE SÃO PAULO

A posse do prefeito Fernando Haddad (PT) foi acompanhada ontem por três grupos: os VIPs (que viram a posse dentro da prefeitura), os semiVIPs (que ficaram em um puxadinho do lado de fora) e os "sem-puxadinho".

Os VIPs eram 500 convidados que ganharam direito a uma cadeira no saguão do edifício Matarazzo.

Já os semiVIPs ficaram restritos a um toldo em frente ao prédio com pufes, banheiros químicos e cafezinho em xícara de plástico.

Do outro lado da calçada, os "sem-puxadinho", grupo de paulistanos que se aglomerou nos arredores do viaduto do Chá para assistir à cerimônia de um telão. Também foram instaladas caixa de som.

No final, o prefeito discursou para o público externo em um palanque, ao lado da vice-prefeita Nádia Campeão e da mulher, Ana Estela.

A maioria das pessoas que ficou do lado de fora fazia parte de movimentos de luta por moradia no centro. Enquanto o grupo empunhava cartazes pela regularização de prédios recém-invadidos, ciclistas pediam ciclovias.

SEGREGADOS

Coordenador do MDM (Movimento pelo Direito à Moradia), o motorista André Luiz Rosa, 40, criticou a segregação. "Olha que puxadinho é bem o nosso departamento, mas, neste caso, sou contra. Deveria ficar todos juntos: políticos e eleitores. Viemos em 200 pessoas e ninguém está aqui para fazer bagunça", diz.

Morador de prédio invadido na rua 7 de Abril, Vicente Policene, 66, emenda: "E colocaram uma lycra horrorosa para a gente não ver nada."

O puxadinho também incomodou as amigas Maria Rosa Baptista e Ode Pereira de Melo, ambas de 84 anos.

"O idoso tem prioridade em vários lugares, acho errado a gente estar aqui sem lugar para sentar só porque o meu nome não está na lista", afirma Maria Rosa, que saiu de sua casa no Paraíso (zona sul) só para a posse.

"Somos eleitoras até hoje e acompanhamos a campanha. Acho importante participar e o Haddad era o mais democrático", diz Ode.

Do lado de lá da lycra, circulavam do sambista Thobias da Vai-Vai à deputada Angela Albino (PC do B-SC), que tentou a Prefeitura de Florianópolis. "Vim prestigiar a Nádia Campeão".

A alguns metros dali, a filiada ao PT Aliene Ribeiro, 41, enfrentava de salto alto o "dia mundial da ressaca" sem reclamar por não ter um lugar na área VIP. "Ali é mais para políticos, os colegas deles da USP. Já fiquei feliz só por ter sido convidada."

Minutos antes, quando saiu para fumar na lateral da estrutura, um vento quase levantou seu vestido. "Vamos entrar. Fazer a Marilyn aqui não dá." (LÍVIA SAMPAIO)


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