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Grávida baleada na zona sul tem morte cerebral
Família decide doar órgãos de Daniela de Oliveira; bebê já deixou UTI
Polícia Civil divulga retrato falado de suspeito de ter feito o disparo; vizinhos protestam pedindo paz
A secretária Daniela Nogueira de Oliveira, 25, baleada na cabeça na última terça-feira, durante uma tentativa de assalto no Campo Limpo (zona sul de São Paulo), teve morte cerebral decretada pelos médicos às 15h08 de ontem. A família decidiu doar os órgãos dela.
Grávida de nove meses, Daniela foi abordada quando estacionava seu carro na rua Osíris de Camargo, local próximo ao condomínio onde morava. A família só tinha direito a uma vaga na garagem do prédio e a moça deixava o carro na rua.
Segundo a polícia, depois de sair do veículo, ela foi abordada por um homem, que chegou em uma moto, junto com outro rapaz. O bandido atirou, saiu correndo, subiu na moto e fugiu sem levar nada.
Daniela foi levada ao Hospital Municipal do Campo Limpo, onde passou por uma cesariana de emergência. A filha, chamada Gabriela, nasceu com 2,52 kg. Ela passa bem e já recebeu alta da UTI neonatal. De acordo com Gilsemar Araújo Oliveira, 23, cunhado de Daniela, a bebê poderá sair do hospital até o fim desta semana.
Moradores de condomínios próximos ao local do crime fizeram uma manifestação no final da tarde de ontem. Eles caminharam pelo bairro segurando cartazes com pedidos de paz, rezaram e fizeram um minuto de silêncio em homenagem à vítima.
A família da secretária criticou a falta de segurança.
"Valorize a sua família porque a gente não sabe o dia de amanhã. Não sabe se volta [para casa] porque podemos ser surpreendidos por um babaca a qualquer momento", disse o cunhado Gilsemar.
Com base no relato de uma testemunha, a Polícia Civil divulgou ontem o retrato falado do suspeito de ser o autor do disparo. De acordo com a polícia, ele tem cerca de 19 anos, cor parda, 1,75 de altura, cabelo raspado e rosto magro.
