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Ex-colaborador nega ter feito ameaças contra artista

Paulo Sérgio Rabello disse que discutiu em outra ocasião com o pintor Jorge Selarón

Em seu depoimento, o ex-ajudante disse que estava em sua casa, no alto da escadaria, com a mulher e o filho

DO RIO

Ex-colaborador do pintor e ceramista chileno Jorge Selarón, Paulo Sérgio Rabello negou ontem em depoimento que ameaçava o artista.

Selarón, criador do mosaico de azulejos que transformou em atração turística uma escada que liga a Lapa a Santa Teresa, foi encontrado morto quinta-feira pela manhã na escadaria.

Na véspera, em entrevista ao jornal "O Globo", Selarón dissera que Rabello o ameaçava porque queria receber participação maior na venda de seus quadros. Por causa das ameaças, o artista decidira cancelar o testamento no qual deixava parte de seus bens para Rabello.

Em seu depoimento, o ex-colaborador disse que estava em sua casa, no alto da escadaria, com a mulher e o filho, quando o pintor foi morto. Aos policiais, disse que havia discutido com Selarón em outra ocasião porque o artista não queria ser seu sócio em um empreendimento.

Até o final da tarde de ontem, oito pessoas tinham sido ouvidas. A maioria relatou que o artista apresentava sinais de depressão.

Delegada responsável pelas investigações, Renata Araújo disse que no momento a principal linha de investigação é suicídio, mas ainda não descarta a possibilidade de homicídio.

O corpo de Selarón foi encontrado carbonizado na escadaria, em frente ao local onde morava. A seu lado havia uma lata de tíner, solvente inflamável, e um isqueiro.

Exames feitos no IML informam que as queimaduras foram a causa da morte do artista. Não foram encontrados sinais de agressão, tiros ou outras lesões.

A MORTE

Peritos afirmam que o tíner foi jogado de cima para baixo, "o que gera a possibilidade da vítima ter derramado o líquido em si mesma". A tampa da lata do produto foi encontrada no quarto do pintor.

"Ele dizia que não estava mais aguentando o sofrimento. O que eu posso dizer é que o Selarón mudou muito de dois meses para cá e estava acolhido, deprimido", disse Del Aquino, 45, vizinho.

Por volta das 7h, o artista tomou café numa padaria na Lapa. "Ele levou mais dois pães para casa e até deixou R$ 0,50 de gorjeta para mim. Estava bem, tranquilo", disse um balconista à Folha.

A administradora Lucineide Matos, 30, vizinha mais próxima do artista, disse que chegou a ver o corpo ainda em chamas. "A gente sentiu um cheiro de pano queimado e foi correndo na varanda para ver o que era. Quando eu vi ele ainda estava em chamas. Fiquei desesperada", lamentou a administradora.


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