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União oferece Força Nacional para conter crise em SC
Ministro da Justiça disponibilizou também vagas em presídios federais
Estado já sofreu 65 ataques; casa de gerente de presídio teve atentado a bomba na madrugada de ontem
O Ministério da Justiça ofereceu ao governo de Santa Catarina vagas em penitenciárias federais para a transferência de presos e apoio de agentes da Força Nacional.
Os catarinenses enfrentam uma onda de atentados desencadeada no fim de janeiro. O número de ataques, a maioria contra ônibus e prédios da segurança pública, chegou a 65 em 20 cidades, segundo a Polícia Militar.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se na tarde de ontem com o governador catarinense Raimundo Colombo, em Brasília.
Os dois informaram que a prioridade agora é a troca de informações de inteligência, a fim de definir possíveis transferências de presos ou a presença da Força Nacional. Nenhuma das ações tem prazo definido.
O ministro Cardozo afirmou ainda que, se necessário, o governo federal enviará mais verbas para Santa Catarina.
Segundo o governador catarinense, até agora 30 pessoas foram presas por relação com os atentados.
A onda de ataques já ultrapassa a do ano passado em dias e cidades atingidas. Em 2012, segundo a PM, foram 68 atentados, em 17 cidades, durante sete dias.
Uma das hipóteses é que os ataques deste ano tenham sido motivados por problemas nos presídios do Estado. O trabalho de agentes prisionais foi questionado após o circuito de câmeras do presídio de Joinville (a 170 km de Florianópolis) flagrar, no dia 18 de janeiro, um grupo disparando balas de borracha contra presos rendidos.
Em Brasília, o governador Raimundo Colombo negou que os atentados tenham essa motivação. Segundo ele, oito agentes foram afastados e o caso terá "punições rigorosas".
CHAPECÓ
Na madrugada de ontem, um atentado a bomba atingiu a casa do gerente do presídio de Chapecó (a 502 km de Florianópolis). Segundo o boletim de ocorrência, a explosão aconteceu à 1h e atingiu principalmente a garagem.
O gerente do presídio de Chapecó evitou a imprensa e pediu para não ser identificado. Dirceu Rodrigues, diretor da penitenciária da cidade (unidade maior e separada do presídio), disse que a explosão rachou paredes, descolou pisos e desprendeu luminárias. Dois carros foram atingidos. Até ontem à noite, ninguém havia sido preso.
O governo disse que não há denúncias de agressão contra agentes do presídio da cidade.