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Veto a chinelo deixa catador fora da Câmara

'Tenho os dez dedos do pé', queixou-se Marcelo Alves, 43; desde quarta, bermudas também estão proibidas

Vereadores dizem que as novas medidas visam barrar moradores de rua do centro que frequentavam a Casa

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Quem tentou entrar na Câmara Municipal de São Paulo com "trajes inadequados" ontem foi literalmente pego de calças curtas.

A proibição ao acesso de pessoas usando bermudas, shorts e chinelos -norma válida desde quarta-feira- é a primeira da série de restrições para quem frequenta o local.

Em breve, quem quiser acompanhar a plenária ou participar de outras atividades terá que usar um crachá entregue na portaria e será monitorado por novas câmeras de vigilância. Não há prazo para a colocação dos equipamentos. Uma copa que servia café de graça deixou de atender ao público.

Para alguns vereadores, as novas medidas visam barrar moradores de rua do centro que frequentam a Casa.

"Acho preconceito. Moro na rua com minha mulher e minha família, ando de chinelo, mas tenho os dez dedos do pé. Qual é o problema de não usar um tênis?", questionou o catador Marcelo Alves, 43, que costumava ir à Casa.

Camisa da grife Abercrombie & Fitch, bermuda xadrez e tênis, Pedro, 15, foi com o pai até uma loja do centro para comprar uma calça.

"Achei absurdo, o menino está bem vestido", disse Edevaldo Aparecido Marques, 50, pai do jovem, que participaria de um evento das comunidades eclesiais de base.

Em nota, a Câmara diz que as restrições servem para evitar "a circulação de pessoas em trajes íntimos", referindo-se a uma pessoa que costumava aparecer de cueca.

Sobre o fechamento da copa, a nota diz que algumas pessoas aproveitavam o espaço para tomar banho nos banheiros próximos ao local. "O serviço de café continua aberto à população no quarto andar", diz a nota.


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