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Até 'cidadezinha' vira alvo de ataque em SC

Ônibus foi queimado em Bom Retiro, município com 9.000 moradores e casas com muros baixos e sem grades

27 das 295 cidades do Estado tiveram ataques; PM diz se tratar de "vandalismo praticado por traficantes"

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A BOM RETIRO (SC)

Na madrugada de quinta-feira, o incêndio de um ônibus colocou a pequena Bom Retiro (113 km de Florianópolis) no mapa da onda de ataques em Santa Catarina, que ontem chegou a 27 dos 295 municípios do Estado.

"Eles atiraram um líquido pela janela, acenderam o fogo e fugiram", diz o empresário José Alvicio Melo, 59. Ele deixava o ônibus, que locava para transporte de trabalhadores, estacionado com outros veículos da família diante de sua churrascaria, à beira da rodovia BR-282.

Com cerca de 9.000 habitantes, a cidade serrana coberta por pomares de maçã, colonizada por alemães e italianos e com suas casas de muros baixos e janelas sem grades nunca tinha registrado um ataque desse tipo.

Para moradores e para a PM local, Bom Retiro já tem pontos de venda e usuários de crack há pelo menos dois anos, abastecidos principalmente por Florianópolis.

Segundo a PM, houve cerca de dez apreensões da droga na cidade durante o ano passado, que ainda registrou dois homicídios.

A polícia decretou a prisão de dois suspeitos pelo ataque de quinta, ambos jovens moradores com antecedentes criminais. Um foi preso.

O comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, reconhece que o crack está disseminado pelo Estado, mas afirma que Santa Catarina ainda mantém os índices de violência mais baixos do país. Ele classificou os ataques de "vandalismo praticado por traficantes".

Santa Catarina tem a taxa de homicídios mais baixa do Brasil, segundo levantamento do Instituto Sangari, com dados de 2010: 12,9/100 mil habitantes. A média nacional é de 26,2/100 mil.

MAIS ATAQUES

Depois de uma trégua na noite de sexta para sábado, foram registrados mais dois ataques em Santa Catarina, ambos no interior, elevando os casos para 85 em 12 dias.

Porto União, na divisa com o Paraná, teve seu primeiro caso, quando um ônibus da empresa de transporte interestadual Reunidas foi incendiado na madrugada de ontem dentro do pátio da empresa. Quatro foram detidos.

Em Tubarão, a 444 km ao sul de Porto União, foram disparados 11 tiros contra a casa do pai de um servidor do Departamento de Administração Prisional, anteontem à noite. Não houve prisões.

Os ataques dos últimos dias seriam uma reação aos maus-tratos sofridos por presos do Estado, alguns registrados em vídeo.

O governo catarinense admitiu que a ordem dos ataques vem dos presídios e, na sexta, anunciou a transferência de cerca de 20 líderes para penitenciárias federais. A lista e a data são mantidas em sigilo -a operação não ocorrerá no Carnaval.


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