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Ex-trabalhador vive com intoxicação crônica

MARÍLIA ROCHA DE CAMPINAS

João Camargo, 58, ex-funcionário da Shell e da Basf, diz ter medo de ser o próximo. Nos últimos dez anos, ele viu 62 ex-colegas de profissão morrerem, a maioria de câncer.

Camargo trabalhou na indústria de inseticidas e agrotóxicos de 1985 a 2002. Desempenhou várias funções, algumas em contato direto com elementos químicos.

Exames recentes indicam que o corpo dele tem excesso de alumínio e estrôncio, considerados neurotóxicos.

"A gente saía da fábrica e chegava em casa ainda com o cheiro forte. Muitos amigos tinham sempre vômitos e tontura", diz. Segundo a mulher dele, Joana Gomes, 51, até a roupa de cama amanhecia com o mesmo cheiro.

Camargo tem sintomas como contrações musculares, perda de equilíbrio, alterações de comportamento e ansiedade. Um laudo médico atesta "disfunção celular, com perda importante de sua saúde, quadro clínico de intoxicação crônica exógena por causa de exposição a diversos produtos químicos".

Outro ex-funcionário, Luiz Carlos Mori, 54, também passa por exames todos os anos.

Segundo ele, que trabalhou de 1978 a 2002 no local, os resíduos químicos eram incinerados e armazenados em tambores ou enterrados em valas.

"Hoje, a gente sabe que na própria queima deve ter liberado muita coisa, provavelmente até o mercúrio que tenho agora no corpo", diz.


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