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Defesa de Gil Rugai contesta perícia e testemunha-chave

Advogados tentaram desacreditar vigia que disse ter visto rapaz na cena do crime

Defensores mostraram falha em laudo feito pelo Instituto de Criminalística; júri continua hoje

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

Depois de quase nove anos, começou ontem o julgamento do ex-seminarista Gil Rugai, 29, acusado de matar o pai e a madrasta. O dia foi marcado por questionamentos à perícia e ao depoimento da principal testemunha do caso.

O embate entre defesa e acusação foi tenso, com bate-boca. Gil, de terno cinza, óculos e cabelo bem curto, aparentava estar calmo e chegou a rir no plenário. "A defesa vai provar minha inocência", declarou ao chegar ao fórum.

O assassinato de Luis Carlos Rugai, 40, e de Alessandra Troitino, 33, aconteceu em 2004, em Perdizes (na zona oeste de São Paulo).

Os advogados Marcelo Feller e Thiago Anastácio tentaram destruir os dois principais argumentos da acusação: o depoimento de um vigia, que diz ter visto Gil sair da casa do pai após disparos, e a perícia, que mostrava que um sapato de Gil seria compatível com uma marca na porta arrombada da casa.

Domingos Ramos de Andrade, vigia da rua onde morava o pai de Gil, voltou a afirmar ontem que presenciou o rapaz deixar o local do crime após barulhos de disparos.

Considerado a principal testemunha, ele disse que o réu estava acompanhado, mas não identificou a outra pessoa.

Durante quase duas horas, os defensores tentaram apontar contradições no depoimento do vigia.

Ao ser questionado pelo promotor Rogério Zagallo, Domingos disse que não sabia o sexo do suposto acompanhante de Gil naquela noite.

Em outro momento, quando questionado pela defesa, afirmou que era um homem.

A defesa também insistiu no fato de a testemunha ter dado versões diferentes durante o processo.

No primeiro depoimento à polícia, o vigia disse que não havia visto nada. Em outro, afirmou que viu, de dentro de sua guarita, Gil deixar a casa.

No plenário, disse que ouviu disparos, saiu da guarita, andou até perto da casa, ficou atrás de uma árvore e, 20 minutos depois, viu a dupla sair.

A testemunha afirmou que não falou a verdade inicialmente por ter medo.

PERÍCIA

Último a ser ouvido, o perito Adriano Yonanime, afirmou no plenário que um sapato de Gil recolhido pela perícia era compatível com uma marca na porta da casa arrombada. "A conclusão do laudo foi que Gil deixou sua marca na cena do crime", disse.

A defesa, no entanto, mostrou que um vídeo produzido pelo Instituto de Criminalística para comprovar a afirmação do perito continha erros.

O filme sobrepunha uma imagem do pé de Gil ao sapato. E os dois à marca da porta.

Mas o pé de Gil, no vídeo, não encaixava no sapato. Isso porquê o sapato usado para produzir a imagem era do pé esquerdo. E a imagem do pé de Gil, era do lado direito.

"É uma vergonha que o IC tenha feito um trabalho desses",afirmou Feller.

O perito e a acusação, no entanto, disseram que o laudo impresso, que ligava o pé de Gil à porta, está correto.


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