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Competição com grandes é desafio no recrutamento

Pequena empresa tenta seduzir dando maior chance de participar de decisões

Oferecer contraponto ao salário e ao status das grandes multinacionais é o maior obstáculo, dizem empreendedores

FILIPE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eduardo L'Hotellier, 28, criou, há dois anos, um site especializado em facilitar o encontro de prestadores de serviço autônomos. Para a sua própria empresa, a GetNinjas, porém, encontrar pessoas qualificadas é um desafio.

Eduardo diz que é difícil encontrar desenvolvedores para trabalhar no seu site. Há poucos profissionais na área de programação de computadores disponíveis no mercado, ele reclama.

"O mercado de trabalho neste setor está aquecido. É um problema bom, pois as pessoas têm mais opção para trabalhar, mas estamos sofrendo com isso."

Em 2013, a empresa passou de 20 para 30 funcionários, após receber investimentos de fundos de capital de risco. Apesar do dinheiro disponível em caixa, ainda tem cinco vagas em aberto.

Para tentar atrair os funcionários, Eduardo tem algumas táticas. Uma delas é dar atenção para a geladeira da empresa. Todos os funcionários preenchem uma tabela com as comidas e as bebidas de seu desejo. As campeãs são compradas pela empresa e disponibilizadas na geladeira.

A ideia é tanto mostrar isso aos potenciais profissionais quanto evitar que quem já é funcionário sinta vontade de procurar outro emprego.

DIFÍCIL SER PEQUENO

A dificuldade de encontrar pessoas qualificadas não se restringe às empresas de tecnologia.

Como o país vive um momento de emprego em alta, os profissionais especializados se tornaram disputados, diz Marcelo Aidar, coordenador-adjunto do núcleo de empreendedorismo da FGV.

Segundo Aidar, as empresas menores têm mais dificuldade na hora de contratar. Grandes multinacionais, por exemplo, podem oferecer maiores salários e mais status.

Como alternativa, as pequenas acabam usando políticas mais agressivas de retenção, que podem incluir oferta de participação na sociedade para os talentos ou grandes programas de compartilhamento de resultados.

"Outra vantagem da empresa ainda iniciante é a possibilidade de participar do crescimento de perto, com chances de crescer junto do negócio", diz L'Hotellier.

Alexandre Magalhães, 38, também sentiu a dificuldade na concorrência por profissionais quando decidiu sair de cargo executivo de empresa do setor automobilístico para começar seu negócio, a Tram Vistorias Automotivas.

"Na hora de captar funcionários, uma coisa é ter orçamento de multinacional e outra é ser um micronegócio. No nosso caso, concorremos por gente com as principais seguradoras do país nesse setor."

Alexandre diz que as opções de recrutamento mais comuns na empresa são indicações e o contato com escolas técnicas. Também passou a treinar sua equipe, para formar os profissionais de que necessita.

Mesmo quando consegue preencher uma vaga, o problema não acaba, diz. É preciso fazer o profissional se sentir valorizado: "Esse mercado tem uma rotatividade elevada. Um vistoriador que recebe uma proposta de R$ 100 a mais pode acabar saindo".


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