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Para urbanista, classe média perde espaço

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Professor da FAU (Faculdade de Arquitetura de Urbanismo) da USP, João Meyer é a favor das outorgas onerosas, pois permitem um melhor aproveitamento dos terrenos. Para ele, a classe média está sendo expulsa para cada vez mais longe, dando lugar a imóveis de alto padrão, que, neste momento, são o foco das construtoras.

Folha - O sistema de outorgas onerosas é viável em São Paulo?
João Meyrer - O sistema é perfeitamente aceitável, pois permite construir mais em um mesmo local, dando ao poder público a contrapartida para desenvolver a infraestrutura nas regiões. Mas a maneira como foi feita na execução do Plano Diretor vigente [de 2002] subaproveita os terrenos nas regiões mais desenvolvidas.

O sr. quer dizer que esse sistema leva a uma valorização artificial dos preços dos imóveis?
Sim, porque as outorgas foram direcionadas para locais saturados, como a região oeste da capital. As construções poderiam ter três, quatro vezes mais adensamento [moradores], mas isso não aconteceu. Onde acabou o estoque, é possível construir imóveis pequenos, e isso os construtores não querem.

Isso acontece com a Vila Leopoldina?
Sim. Nessa região não há mais outorgas. Se há um terreno com 10 mil metros quadrados, pode-se construir apenas uma vez mais essa área. São 20 mil metros quadrados que o construtor tem. Se vender a R$ 10 mil o metro quadrado, ganha R$ 200 milhões. Se vender a R$ 7.000, o preço dos imóveis de médio padrão, ganha R$ 140 milhões.

O que pode ser feito para mudar essas situação?
É preciso rever os estoques. (JC)


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