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'Lobista' dos dois santos brasileiros trabalha por mais de cem candidatos

DE SÃO PAULO

"Olha aqui tanto milagre", aponta a irmã Célia Cadorin para a mesa coberta de relatos de curas inexplicáveis e prontuários médicos de várias partes do Brasil. Todos buscam o aval da responsável pela canonização dos dois únicos santos brasileiros, madre Paulina e frei Galvão.

Aos 86 anos, a religiosa não deixa ninguém sem resposta. Atualmente, acompanha 108 "candidatos" a santo, "fora uns tantos que estão esperando esclarecer".

"Envio primeiro para um clínico geral. Se ele diz que [o caso] é bom, aí passo para outro médico. Se ele diz: Não passa', eu devolvo", afirma.

As causas mais avançadas são as de nove beatos, a um milagre de distância da canonização. Fazem parte do grupo a irmã Dulce (1914-1992), o padre José de Anchieta (1534-1597) e a filha de escravos Nhá Chica (1810 -1895).

Neta de imigrantes italianos e filha de um pedreiro, a irmã Célia cresceu com 13 irmãos em Nova Trento (SC). "Coitada da mãe, não era o pão, mas ela multiplicava a polenta, que era muito boa."

Quase toda a sua vida foi na igreja. Aos 13 anos, entrou na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada em Nova Trento pela madre Paulina, com quem conviveu brevemente.

Em 1982, Célia foi convocada para ir a Roma trabalhar na canonização de madre Paulina. Era secretária do postulador, espécie de advogado que cuida dos processos de canonização. O pedido havia sido iniciado em 1965, mas estava completamente parado na época.

Em 1994, Célia se tornou a primeira postuladora brasileira. Assumiu as causas de madre Paulina (1865-1942), canonizada em 2002, e de frei Galvão (1739-1822), que foi promovido a santo em 2007.

"O Brasil não tinha santos porque não sabia como fazer e por causa do dinheiro, mas isso não é o fim do mundo. Tem carro que é mais caro do que uma canonização."

A santificação de Paulina custou em torno de US$ 95 mil, pagos principalmente pela cidade de Trento, na Itália, perto de onde a santa nasceu. Já o processo do frei Galvão foi bancado pelo mosteiro da Luz, em São Paulo.


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