Folha de S.Paulo

Corrida em área nobre gerou críticas e ação da Promotoria

MINISTÉRIO PÚBLICO DIZ QUE ANTIGA PISTA CAUSOU DANO AMBIENTAL

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Em três anos de Stock Car na zona sul de Ribeirão Preto, a competição acumulou problemas que culminaram em sua "expulsão" para o lado oposto da cidade.

No ano passado, o Ministério Público pediu a suspensão da etapa de Ribeirão da Stock, sob a alegação de degradação na área verde da praça Nadyr Freitas da Silva, no Jardim Nova Aliança.

O local foi dividido ao meio para que a pista de corrida fosse construída.

Outro argumento indicava que a interdição de ruas durante a Stock Car ofendia o direito de ir e vir, situação que persistia desde a primeira corrida em Ribeirão, em 2010.

Esse foi também um argumento de moradores do entorno da corrida, em uma área nobre da cidade: eles criticavam a poluição sonora provocada pela competição, com carros em alta velocidade por três dias --de sexta a domingo.

Após pressão da Promotoria, a prefeitura informou que plantou 750 mudas de espécies nativas como compensação e recuperou uma praça.

Para Maurício Slaviero, diretor da Vicar, organizadora do evento, a mudança de local elimina as preocupações do Ministério Público em relação à degradação ambiental da região. Apesar disso, criticou a atuação do órgão em relação à zona sul.

"As corridas existem no mundo todo. Mônaco só é conhecido no mundo porque tem a F-1. Fecha um país inteiro para ter uma corrida." Além disso, ele afirmou que a zona sul começou a ter expansão territorial muito grande, que possivelmente teve influência da Stock.

Apesar da mudança, a prefeitura não terá gastos, segundo o secretário de Turismo, Tanielson Campos.

Ele disse que, na prova de 2010, foram gastos R$ 10 milhões --recursos vindos do governo federal. Na ocasião, a oposição acusou a prefeitura de gastar dinheiro público em evento privado.

Slaviero afirmou que a contrapartida da administração municipal é somente na proposição de locais para a implantação do circuito de rua.

Ele não disse, entretanto, qual é o investimento feito pela organização neste ano.