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Ponto de partida

Decisão sobre o início da vida escolar envolve reflexão sobre as necessidades da criança e a estrutura da família

RAYANNE AZEVEDO DE SÃO PAULO

Sofia, 5, frequenta instituições de educação infantil desde o primeiro ano de vida. Já Mattias, 3, nunca entrou em uma escola. Apesar de viverem realidades distintas, essas crianças têm algo em comum: estão felizes, saudáveis e se desenvolvem bem.

É o que dizem as mães, ambas satisfeitas com a decisão que tomaram sobre o início da vida escolar dos filhos.

O momento certo para que isso aconteça é uma dúvida para muitos pais. Para especialistas, a resposta depende da avaliação do que a família e a escola têm a oferecer.

"A criança precisa de oportunidades para se desenvolver. Muitas vezes, essas oportunidades estão na escola", afirma Lino Macedo, do Instituto de Psicologia da USP.

Segundo ele, a atual configuração das famílias, com pais atarefados e falta de interação com outras crianças, torna o ambiente doméstico pouco estimulante.

Foi o que percebeu a roteirista Mariana Pamplona, 40. A casa não bastava para a "novidadeira" Sofia. "Ela ficava entediada. Havia uma vontade grande de se relacionar com outras crianças", diz.

Já no caso da autônoma Anna Gallafrio, 32, mãe de Mattias, a intenção era fortalecer os laços familiares antes de ele ir para a escola.

A família vive em Ubatuba, no litoral paulista. Anna não trabalha no horário comercial e pode ficar com o filho quando o marido está fora.

"Aqui temos vários espaços que são verdadeiras fontes de aprendizado. Visitamos parquinhos, aquário, bibliotecas, livrarias e vamos à praia e ao sítio", conta.

Chefe do setor de neuropediatria da Unifesp, Luiz Celso Vilanova diz que o importante é oferecer atividades que permitam a experimentação por conta própria. "É como jogar tênis: você não aprende se ficar só observando. Precisa praticar. Com a criança é a mesma coisa."

Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que, do ponto de vista pedagógico, não existe uma idade ideal para a iniciação em uma instituição de ensino. Por lei, a matrícula é obrigatória a partir dos quatro anos (leia nesta pág.).

Para a pedagoga Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP, os pais devem considerar a necessidade de socialização e experimentação da criança -especialmente aos três anos. "A partir dessa idade, estar fora da escola já resulta em uma perda desse ponto de vista."

Isso não quer dizer que manter o filho por mais tempo em casa seja um erro.

"A criança tem uma grande capacidade de reação. Com o tempo, ela recupera qualquer impacto", diz a pedagoga Zilma Oliveira.


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