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Pela confiança dos pais, escolas apostam em câmeras

Sistema permite acompanhar criança pela internet; especialista critica

DE SÃO PAULO

É hora do lanche na escola Pinguim, zona sul de São Paulo. Gael, oito meses, saboreia uma fruta enquanto é observado pela mãe, a advogada Giuliana Siqueira, 34.

À distância, ela acompanha a rotina do filho por um sistema de câmeras que permite ver, ao vivo pela internet, quase tudo o que se passa dentro da escola. "Fico mais tranquila", diz.

Quando Gael começou a frequentar o berçário, há três meses, ela costumava ligar para a escola durante o almoço para saber se estava tudo bem. "A gente acha que só a mãe vai saber cuidar. Leva um tempo até confiar. A câmera ajudou nesse processo."

Assim como Giuliana, outros pais têm buscado instituições que oferecem o recurso. Para a maioria deles, a possibilidade de acompanhar o dia a dia dos filhos faz com que se sintam mais seguros.

Para as escolas que adotaram a tecnologia, trata-se de uma questão de transparência. "Tanto do ponto de vista da segurança do aluno quanto do acompanhamento da conduta profissional", afirma Débora Paschoal, assistente de coordenação pedagógica do colégio Itatiaia, na zona sul de São Paulo.

Especialista em educação infantil, Silvana Augusto condena a prática e diz que ela atrapalha a formação do vínculo de confiança entre criança e educador -fator crucial na adaptação ao ambiente escolar, principalmente nos primeiros anos de vida.

"Uma pessoa que não está completamente segura de si porque está sendo vigiada não está inteira na relação. Como alguém nessa condição vai garantir o melhor que ela pode à criança?"

Para Silvana, é preciso aprender a lidar com o sofrimento e a insegurança que a separação do filho gera. "Isso não se resolve com uma câmera. Seria tratar o sintoma sem tratar a origem do problema. É trabalho da instituição ajudar os pais a superar isso."


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