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Análise

Tensão e insegurança mútua marcam contrato educacional

TÂNIA RESENDE ESPECIAL PARA A FOLHA

A discussão sobre a implantação de câmeras filmadoras em instituições educacionais sinaliza a complexidade da relação família-escola na sociedade.

Essa relação começa precocemente, quando os filhos ainda são bebês, e vem marcada pela mistura de papéis, por tensões e por inseguranças mútuas que se desenvolvem no seio de um ªmercado escolarº diversificado.

É nesse contexto que as escolas procuram ganhar a confiança das famílias Ðque, por sua vez, buscam ferramentas para avaliar e controlar as instituições.

Isso é experimentado ora como uma relação objetiva entre fornecedor e consumidor, ora como parceria entre entes que compartilham uma das mais desafiadoras tarefas humanas: educar.

A presença das câmeras pode representar uma quebra na relação de confiança entre a família e a escola? Sim, em várias situações. Mas não necessariamente.

Há casos em que a proposta parece ser vivida como um acordo entre a escola Ðque a apresenta como um diferencialÐ e as famílias Ðque a aplaudem.

O acordo, quando existe, também não significa questão resolvida.

Até que ponto a presença desses aparatos pode contribuir para relações mais éticas entre a família e a escola, o professor e o aluno e entre os próprios estudantes?

Ou pode desfavorecer essas relações, ao gerar a ilusão de soluções fáceis, colocando mais foco na vigilância do que na construção de valores compartilhados?

Em que medida tal presença se torna ªnaturalizadaº no ambiente escolar ou interfere na espontaneidade das interações?

Uma certeza: se é relação, com ou sem câmeras, não há mágicas. Há o caminho do diálogo honesto e compromissado. Não é fácil. Mas é educativo.


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