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Análise

País precisa discutir se é preciso salvar a indústria

Falta um balanço do resultado dos subsídios ao setor para a sociedade

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Para atingir um nível de renda per capita mais elevado um país precisa, necessariamente, ter um setor industrial pujante e diversificado?

No Brasil, historicamente, parece ser dominante a visão de que sim.

O país acumula décadas de incentivos governamentais ao setor. O governo atual acelerou políticas nessa direção, mas não é uma escolha nova.

Exemplo disso é a indústria automotiva, que desfruta de alguma forma de proteção há décadas.

Estatísticas de anos recentes indicam, no entanto, que não tem havido política capaz de evitar a perda de participação da indústria na renda nacional, que despencou e não parece ensaiar recuperação significativa.

A tendência de declínio da indústria é comum em países que se desenvolvem. O crescimento da renda funciona como motor do setor de serviços, enquanto a indústria se torna mais automatizada.

No Brasil, no entanto, vários economistas já demonstraram que esse processo de encolhimento da indústria talvez tenha sido precoce.

Daí a resposta da administração atual de tentar injetar ânimo no setor por meio de isenções tributárias, incentivos, mais linhas de crédito subsidiadas.

Como toda escolha, essa política de fomento implica deixar outras opções de lado. O dinheiro que sai dos cofres públicos para a indústria podeveria estar sendo aplicado de outra forma.

Por isso, alguns economistas têm ressaltado a necessidade de fazer um balanço do resultado dessas medidas.

Para valer a pena, essas políticas deveriam gerar um retorno positivo não apenas para o setor empresarial, mas para a sociedade como um todo. Isso tem ocorrido?

Esse balanço é importante porque, se a resposta for positiva, as políticas de incentivo podem ser mantidas, talvez até ampliadas.

Se for negativa, talvez o país terá de partir para outro modelo de desenvolvimento, o que não representaria, certamente, uma tarefa fácil.

O objetivo do desenvolvimento econômico é aumentar o nível de renda per capita da população. Poucos países conseguiram dar saltos significativos nesse sentido em décadas recentes.

A Coreia, impulsionada por um setor industrial forte, talvez seja o exemplo mais badalado. Mas será que esse é o único caminho?

Será que o caso da Coreia é, de fato, explicado pelo desempenho do setor industrial ou, primordialmente, pela opção do país por perseguir excelência educacional?

O que freia o Brasil é o encolhimento da indústria ou problemas como falta de mão de obra qualificada para os serviços e segmentos manufatureiros mais competitivos, a burocracia excessiva e infraestrutura capenga?


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