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Luz no fim do túnel não deve surgir neste ano

Desempenho da indústria será mais fraco no segundo semestre de 2013

Confiança recua há 5 meses; cenário global incerto afeta setor também na Rússia, Índia e Coreia do Sul

MARIANA CARNEIRO ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Nem a leve recuperação da produção em setembro, como divulgada ontem pelo IBGE, salvará a indústria do resultado negativo no terceiro trimestre, contribuindo para que toda a atividade econômica registre um desempenho mais fraco nesta segunda metade do ano.

O quadro, descrito por analistas, sugere que a indústria não conseguirá, até o fim de 2013, reverter a perda sofrida no ano passado --quando a produção recuou 2,7% -- e fechará o terceiro ano seguido em crise.

Um dos indícios dessa moderação é a confiança do empresário, que, após dados animadores no início do ano, cai há cinco meses e há quatro revela pessimismo. O indicador é usado por analistas para tentar antever o ritmo da atividade e os investimentos.

"As sondagens mostram que o estoque diminuiu um pouco em setembro mas ainda está em patamar alto", acrescenta Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco.

A indústria automotiva é um exemplo. Embora siga sob benefícios do governo (a redução do IPI vai até 2014), o setor relatou que os estoques chegaram a 40 dias em setembro --acima de 35 dias, a marca incomoda.

Os estoques fazem com que investimentos fiquem em parte represados, o que ao fim afeta a própria indústria.

Paulo Francini, da Fiesp (federação das indústrias de São Paulo), observa que o investimento que tem crescido é voltado para a compra de caminhões, mas o setor de máquinas segue deprimido.

Segundo ele, os caminhões responderam, até setembro, por cerca de 70% do crescimento do segmento de bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria).

Segundo a Abimaq (associação que reúne fabricantes de máquinas), o faturamento do setor até setembro está 5,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado (sem a inflação).

DÓLAR

O desempenho fraco da indústria ocorre justamente no período em que o dólar mais subiu, entre julho e setembro, para a seguir estacionar ao redor dos atuais R$ 2,20.

Segundo Bicalho, o dólar ajuda na competição com importados, que tendem a ficar mais caros. Mas o resultado aparecerá se a cotação ficar elevada por mais tempo.

Além dos importados, o consumo interno de produtos industriais é moderado devido ao menor crescimento do crédito e à inflação resistente.

Outro fator é o cenário global incerto. O índice de gerente de compras (PMI) revela que a indústria tem apresentado desempenho fraco na Rússia, Índia e Coreia do Sul.

Apesar disso, o horizonte de médio prazo para a indústria pode ser melhor, diz Julio Gomes de Almeida, ex-secretário de política econômica.

Ele afirma que a moderação dos salários dos serviços deverá ajudar a frear a elevação de custos da indústria:

"Parte importante do aumento de custos da indústria nos últimos anos anos foi a pressão salarial provocada pela demanda do setor de serviços por mão de obra", diz.


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