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Vencedores - Alexandre Amorim, Diego Moreira e Luiz Ribas

AÇÃO SOCIAL PARA IGUALDADE DAS DIFERENÇAS www.asidbrasil.org.br

Gestores da educação especial

Alexandre, administrador, Luiz e Diego, economistas, todos com 24 anos e solteiros, criaram uma metodologia gratuita que melhora a gestão e a infraestrutura de escolas especiais de Curitiba; na Asid, que fundaram em 2010, são diretores executivo, de marketing e comercial, respectivamente, lideram 5 estagiários e um orçamento de R$ 350 mil (2013)

DO TRABALHO DE FACULDADE VEIO A IDEIA DE AJUDAR INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

MARIANA BERGEL ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

Dos sonhos de criança, o administrador Alexandre Schmidt Amorim, 24, se lembra bem de um: fazer uma mágica que curasse a irmã, Laura, dois anos mais nova do que ele. Pensava nos superpoderes que a fariam acordar na manhã seguinte sem síndrome de Down e outras deficiências nunca diagnosticadas. Um truque que permitisse a ela frequentar escolas com o suporte necessário ao seu desenvolvimento.

O desejo da infância não sumiu completamente quando Alexandre cresceu. Mas mudou de forma. Num trabalho para a faculdade, traçou um caminho entre o terceiro setor e a educação inclusiva.

Poderia ter sido apenas mais uma atividade escolar, mas ele decidiu levar a ideia adiante. Convidou o estudante de economia Luiz Hamilton Ribas, 24, seu colega na empresa júnior da UFPR (Universidade Federal do Paraná), e outros dois amigos a desenvolver uma proposta para sanar entraves na educação de pessoas com deficiência. Nascia o embrião da Asid (Ação Social para a Igualdade das Diferenças).

Por um ano, entre 2008 e 2009, discutiram a iniciativa. Até que Luiz chegou com um novo tema: as dificuldades da Escola Alternativa, uma instituição filantrópica de educação especial. Debateram, investigaram e concluíram que o problema estava na gestão. Juntos, trabalharam para alavancar a entidade --e viram o número de alunos crescer pouco depois.

Em 2010, quando os outros dois amigos saíram da Asid, Alexandre e Luiz chamaram o estudante de economia Diego Tutumi Moreira, 24, também da empresa júnior, para a empreitada. A união deu certo: rendeu até uma metodologia exclusiva de avaliação das entidades, o IDEE (Índice de Desenvolvimento da Educação Especial).

"É um raio-x da instituição. Ele permite ver como estão as áreas financeira e de marketing e se na escola não há desvio de verba", explica Diego.

A partir da análise dos dados, são desenvolvidos os projetos. Não há fórmula para as intervenções propostas sem que antes eles entendam as reais necessidades e o que os beneficiários dos projetos esperam de melhoria.

MOMENTOS DIFÍCEIS

Na Asid, faziam uma caixinha mensal, na qual cada um colaborava com R$ 35. Distribuíam panfletos e revendiam computadores. Até que um amigo de Alexandre viu o potencial dos meninos e passou a doar R$ 500 por mês.

Os três sempre tiveram muito em comum, a começar pelo trabalho na empresa júnior, em que eram diretores. "O maior desafio era engajar a equipe, que não tinha remuneração, em prol de um objetivo: ajudar quem precisava", conta Diego.

Além disso, vinham de famílias de classe média de Curitiba, estudavam na UFPR e passaram por momentos difíceis entre 2006 e 2007, na fase pré-vestibular. Alexandre viveu a separação dos pais e viu aumentar sua responsabilidade nos cuidados com a irmã. Luiz operou a coluna devido a um problema congênito. Diego teve de assumir a empresa da família, no Mercado Municipal, após o pai passar por cirurgia nos olhos.

Quando se formaram, receberam propostas de multinacionais e lidaram com a cobrança das famílias para encontrar trabalho com boa remuneração. "Sabíamos que gerávamos resultados para as escolas. Mas era complicado ver os colegas de faculdade recebendo bons salários e nós ainda dependermos dos pais por um período tão longo", lembra Alexandre.

Mesmo sem benefícios de empresa de ponta, decidiram passar dois meses viajando pelo Peru e pela Bolívia, em 2011. Na volta, fecharam o primeiro grande projeto da Asid, com investimento de uma empresa de telefonia.

"Após 16 meses [e visitas a mais de 80 companhias]", contabiliza Alexandre, "quando a Asid conquistou o primeiro investimento empresarial de grande porte, foi como puxar fôlego e ver que poderíamos continuar fazendo o bem para mais escolas".

Eles se complementam na gestão. Alexandre, focado e organizado, cuida do planejamento. Luiz é o principal executor e lidera as áreas de marketing e voluntariado. Diego é o criador, estando à frente da concepção do IDEE e dos relacionamentos.

Eles olham para a frente e estabelecem novas metas, mas não perdem de vista as conquistas: até hoje, foram beneficiados mais de 3.000 alunos, mil profissionais e 18 escolas em Curitiba.


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