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Minha história - Rita Barcelos Gonçalves, 72

Eu comecei a Barão

Precursora na venda de roupas na rua diz que local abrigou a elite até surgir primeiro shopping

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

resumo

A comparação era com os Jardins, em São Paulo. O pontapé inicial foi dado por Rita Romilda de Barcelos Gonçalves, 72, que abriu a primeira loja de moda na rua, a Útil Fútil.

Com a chegada do primeiro shopping, o comércio de rua migrou para a zona sul da cidade --nasceu o Boulevard.

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Falar do surgimento da Barão do Amazonas é especial. Tenho muita saudade, foi uma época muito boa. Principalmente porque fiz muitas amigas, que iam à loja apenas para tomar café.

Até 1965, o comércio se concentrava nas ruas José Bonifácio, General Osório e avenida da Saudade.

No início da década de 1970 começou uma revolução no comércio. Principalmente no que se refere à moda, com a vinda da Clipper, que era como o antigo Mappin, uma grande loja com todo tipo de vestuário.

Com a expansão da cidade, os olhos começaram a se voltar para a região central e, então, para a Barão.

No início, minha loja era pequenininha. Decidi ir ao Rio de Janeiro para buscar roupas para revender --o que fez muito sucesso.

Até então, as lojas de Ribeirão vendiam as roupas paulistanas, que eram mais fechadas e sóbrias.

Mas o clima de Ribeirão é parecido com o do Rio. E acredito que, por isso, as roupas cariocas, que eram mais coloridas e leves, caíram no gosto das ribeirão-pretanas.

Viajava a cada 15 dias de ônibus. Abri a Útil Fútil e depois a Útil Fútil Jeans, que fizeram muito sucesso.

Trouxe para Ribeirão uma calça jeans soft às mulheres, que vendeu muito porque por aqui só tinha as calças retas.

Logo foram surgindo outras lojas. Na época a Barão era elitizada e fiz vários desfiles no Rotary Club para apresentar as coleções.

Fui precursora em Ribeirão com marcas que, na época, as mulheres da elite gostavam muito, como Piu Bella.

Não havia cartão de crédito e estabeleci uma relação de confiança com as clientes. Muitas iam até a loja apenas para conversar, desabafar.

Passei a fazer parte da Acirp [associação comercial] e acompanhava as mulheres, com projeção nacional, que vinham visitar Ribeirão.

Entre estas mulheres recepcionei Sylvia Maluf, mulher de Paulo Maluf, quando ele era governador.

A Barão ficou em alta entre a elite ribeirão-pretana até o início da 1981.

Naquele ano, houve a inauguração do Ribeirão Shopping e o comércio, novamente, se revolucionou.

A expansão da área comercial passou a migrar em direção ao shopping e nasceram as lojas do Boulevard.

Em 1985, abri uma loja no shopping. Depois me mudei para São Paulo e voltei em 2004, mas não trabalhei mais com a moda.

Sinto falta, mas já passou. Caso resolvesse voltar a atuar, abriria uma butique de alto padrão, de porta fechada.

Atenderia apenas com hora marcada. Acho que essa proximidade, tratamento personalizado, não existe mais hoje. Ribeirão se tornou uma cidade de serviços, mas precisam ser muito melhorados.


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