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Setor de jogos eletrônicos descobre mercado corporativo

Games, utilizados para treinamento de rotinas ou divulgação de produtos, são feitos sob medida para os clientes

REINALDO CHAVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A indústria de jogos eletrônicos descobriu o potencial do mercado corporativo, com games para treinamento de rotinas e processos ou divulgação de produtos. São os chamados "jogos sérios", no termo utilizado globalmente pelos produtores.

Há pequenas e médias empresas no Brasil que se especializaram nesse nicho, como a Aennova, que, por exemplo, fez um jogo para o processo seletivo de trainee da Johnson & Johnson que já foi utilizado por cerca de 11 mil pessoas.

Sunami Chun, 38, diretor-executivo da empresa, conta que o jogo permite que o candidato simule uma interação com um diretor da multinacional ao ter que tomar decisões como se estivesse na rotina de trabalho.

"Isso permite verificar se o candidato se alinha aos valores da companhia", explica.

SOB MEDIDA

Em três anos de existência, a Gaz Games já fez mais de 50 projetos de jogos sérios, como um simulador de carregador de navios, com objetos em modelagem 3D, feito para a Vale.

O desenvolvimento do jogo levou oito meses. Essa é outra característica desse mercado: os projetos são sob medida para o cliente e não são voltados para um consumidor final muito pulverizado, como acontece com os jogos de entretenimento.

O proprietário da Gaz Games, Ivan Lobato, 38, afirma que o projeto do simulador de carregador de navios exigiu três viagens ao Maranhão, onde fica uma unidade da Vale, para que fossem feitas fotos e pesquisas sobre o trabalho.

"É um projeto de imersão para replicar no game um equipamento de milhões de dólares. É comum um projeto ter mais de mil horas, muitos de nossos projetos tiveram mais de 2.000 horas. Mas isso também dá muito retorno porque contribui para a diminuição de erros nas empresas, para reduzir os acidentes."

A Zaxistools atende principalmente escolas de formação de mão de obra e operadores logísticos. Já desenvolveu jogos como um simulador de empilhadeira e para tratamento de fobia em voos.

Segundo ele, o valor de um jogo sério depende do tamanho do projeto e de sua complexidade, mas há uma média de R$ 100 mil para cada seis meses.

As empresas que desenvolvem games sérios possuem profissionais como de programação, design, ilustração, modelagem, testes, gestão de projetos e pedagogos.

MERCADO

A primeira pesquisa já realizada sobre o setor de games no país, o "Mapeamento da Indústria Brasileira e Global de Jogos Digitais", da USP, foi apresentada em março deste ano. Os dados mostraram que dos 1.417 games criados por empresas nacionais em 2013, 678 (48%) se enquadram na categoria "jogos sérios", com o segmento educacional abocanhando quase todo esse mercado (621).

Ainda segundo a pesquisa, 75% das empresas de games no país faturam menos de R$ 240 mil por ano. Vinte e sete (21,6%) faturam entre R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões. Apenas cinco estúdios movimentam anualmente entre R$ 2,4 milhões e R$ 16 milhões.


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