Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mercado mpme

Barba, cabelo e... PÉ?

Barbearias se reinventam para o macho moderno: ele paga R$ 50 pela barba enquanto bebe cerveja e, quem sabe, usa o serviço de pedicure

VICTÓRIA MANTOAN DE SÃO PAULO

Permitir que os clientes cortem a barba, tomem chopp e escutem jazz em um ambiente mais masculino do que os salões unissex. Essa foi a ideia de Bruno Van Enck, 31, ao abrir, há cerca de um mês, a barbearia Corleone --em alusão ao personagem de Marlon Brando em "O Poderoso Chefão".

Todos os serviços acompanham 200 ml de chopp de fabricação própria. Mas tudo tem seu preço: fazer a barba e cortar o cabelo sai por R$ 120.

A Corleone, que só atende homens, oferece ainda serviços de depilação de nariz e orelha, manicure, pedicure e sobrancelha --além de 450 rótulos de cerveja e comidas de boteco.

A mistura pode causar confusão. "Muita gente ainda não entende se é uma barbearia, ou se é um restaurante", conta Van Enck, mas o estabelecimento já atende cerca de 30 clientes por dia. Enck tem o plano de abrir mais lojas no futuro, adotando o modelo de franquia.

Barbearias retrô, porém, existem em São Paulo ao menos desde 2007, quando foi inaugurada, no centro de São Paulo, a barbearia 9 de Julho.

Ela nasceu da necessidade do Tiago Cecco Gonçalves, 33, que já era barbeiro, de ter um espaço para si. Ele resolveu juntar em um mesmo ambiente as coisas que ele gostava: rock clássico e carros.

Gonçalves conta que, na época em que estava pensando em abrir o novo negócio, foi desencorajado. "Disseram para eu desistir porque não ia dar certo. Ninguém abria barbearia, só fechava."

Para bancar o espaço, o barbeiro teve que economizar dinheiro e até vender o carro.

Ele defende a barbearia clássica e critica quem encara o negócio apenas como um mercado para investir.

"O cara que é investidor não tem a menor noção de tudo o que a gente construiu em sete anos", afirma.

A 9 de Julho já tem seis unidades espalhadas pela cidade e, apesar de não expor números do negócio, Gonçalves diz que ele e o sócio têm planos de abrir duas lojas por ano e pensam em montar franquia para outros Estados.

Para a consultora do Sebrae-SP, Elderci Garcia, há mercado para as barbearias mais caras porque a vaidade masculina é hoje mais bem aceita "O homem entende que está investindo na aparência."

Quem também defende a cultura de barbearia é Mario Pinheiro de Andrade Junior, 47, com a barbearia Cavalera, que fica na loja da marca de roupas homônima. Ela não serve bebidas alcoólicas, mas permite que os homens aproveitem os serviços de corte e barba enquanto as mulheres fazem compras.

Mais do que o estilo retrô, Andrade Junior afirma que a ideia nasceu de um desejo de trazer a cultura de barbershop da Califórnia para o seu negócio, e que ele encontrou na loja de roupas uma parceira para ter o espaço físico.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página