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Eleições 2014
Aécio recebe apoio do PSB, de Marina, no 2º turno
Partido que era aliado do PT adere a tucano, assim como PV de Eduardo Jorge, PSC de Pastor Everaldo e dissidentes de siglas governistas
Às vésperas do início oficial da campanha no segundo turno, Aécio Neves (PSDB) recebeu a adesão de mais três partidos, PSB, PSC e PV, além de dissidentes do PDT e PP.
Reunida em Brasília, a Executiva Nacional do PSB, partido de Marina Silva, aprovou nesta quarta-feira (8) um dos apoios mais esperados pelo tucano nesta reta final.
Após mais de três horas de reunião e com algumas divergências, ele foi aprovado por 21 votos a favor contra 7 que optaram pela neutralidade.
Apenas João Capiberibe, senador pelo Amapá, defendeu adesão à presidente Dilma Rousseff (PT).
Nesta quinta-feira (9), a expectativa dos tucanos é ganhar apoio oficial da própria Marina. Já está agendado, inclusive, um ato político na sede do PSB com a ex-senadora --que teve mais de 22 milhões de votos no primeiro turno.
Marina quer que Aécio faça um aceno à esquerda, principalmente aos movimentos sociais, em assuntos como reforma agrária, comprometimento com os índios e diálogo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
"A partir desse instante, sou porta-voz não de um partido político, o PSDB, não mais de uma aliança partidária, a que me trouxe até aqui. Sou o candidato das mudanças verdadeiras", disse Aécio, que foi ao encontro do PSB para agradecer pelo apoio.
Ao final, ele afirmou "nós não vamos desistir do Brasil", expressão usada pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) --morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto.
O PSB foi aliado do PT e oposição aos tucanos durante boa parte de sua história.
A decisão do partido foi liderada pelo vice de Marina, Beto Albuquerque (RS), e pela seção pernambucana da legenda, a mesma de Campos.
Entre os que divergiram da decisão está a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina, coordenadora-geral da campanha de Marina. Em uma fala incisiva, argumentou que o melhor seria a neutralidade devido às históricas diferenças entre PSB e PSDB.
Falou mais alto, porém, o argumento de que o PT fez uma campanha agressiva e desrespeitosa contra Marina.
O senador eleito Romário (PSB-RJ), que obteve 4,6 milhões de votos no domingo, também está próximo de anunciar apoio a Aécio.
Diz que a decisão depende da adesão do tucano ao seu programa, que inclui atenção a portadores de deficiência e usuários de drogas e esporte nas comunidades carentes.
DISSIDENTES
Antes do PSB, Aécio recebeu apoio de partidos de outros dois candidatos a presidente: PSC (de Pastor Everaldo) e PV (de Eduardo Jorge).
Além de PSB, PV e PSC, Aécio já havia recebido a adesão do PPS logo depois do primeiro turno. O ato político desta quarta reuniu os principais aliados do tucano --DEM e Solidariedade--, além das legendas que decidiram se incorporar à campanha do PSDB no segundo turno.
Dois dissidentes de partidos que integram a coligação de Dilma também discursaram formalizando a adesão ao candidato tucano: o governador eleito de Mato Grosso, Pedro Taques, do PDT, e a senadora Ana Amélia Lemos, do PP, derrotada no primeiro turno na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.
A senadora informou Aécio que o candidato do PMDB ao governo gaúcho, José Ivo Sartori, que enfrenta no segundo turno Tarso Genro (PT), também vai declarar apoio a ele na reta final.
Os discursos das lideranças de oposição foram de ataques ao governo Dilma Rousseff. José Serra, eleito senador por São Paulo, disse que a eleição do tucano é "necessária para o Brasil" para encerrar o ciclo de 12 anos de PT.
O PSDB escolheu o Memorial JK, em Brasília, para realizar o ato político.
O local abriga os restos mortais do ex-presidente Juscelino Kubitschek, além de ser um museu em homenagem ao ex-presidente. Aécio disse que vai fazer sua campanha inspirado em "homens públicos" como JK.
Sobre sua derrota em Minas Gerais --Estado que governou por dois mandatos-- no primeiro turno, o tucano declarou que sua estratégia será "vencer no Brasil".