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Patrimônio de ex-diretor cresceu 340%

No período em que esteve no cargo na Petrobras, Renato Duque, indicado pelo PT, adquiriu 4 imóveis em área nobre do Rio

Executivo foi acusado por Paulo Roberto Costa de participar de esquema de corrupção na estatal; ele nega

RAQUEL LANDIM ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Renato Duque, ex-diretor da Petrobras indicado pelo PT, aumentou em 340% seu patrimônio em imóveis depois que assumiu o cargo na estatal.

Ele, que morava com a família na Tijuca, bairro de classe média do Rio de Janeiro, adquiriu mais quatro apartamentos em áreas nobres da Barra da Tijuca, ampliou sua casa de campo e comprou duas salas comerciais em um prédio de alto padrão.

Seu patrimônio imobiliário está avaliado hoje em R$ 12,5 milhões, acima dos R$ 2,85 milhões que valeriam os imóveis que possuía em 2002 a preços de mercado atuais. Duque ocupou a diretoria de Engenharia da Petrobras de janeiro de 2003 a abril de 2012.

Levantamento feito pela Folha mostra que, a preços de mercado à época dos negócios, as aquisições comprometeram quase 60 % de sua renda no período, o dobro do razoável, dizem especialistas.

Duque foi acusado pelo também ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de participar de esquema de corrupção na estatal. Ele nega e foi à Justiça contra o ex-colega.

Graças aos altos salários pagos aos diretores na Petrobras, que ultrapassam os R$ 100 mil mensais hoje, Duque viu crescer seus rendimentos enquanto foi executivo da estatal.

Segundo pesquisa feita pela reportagem na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão para o qual a Petrobras informa a remuneração de seus administradores, sua renda no período chegou a mais de R$ 8 milhões. Ele não confirma esse valor.

Os apartamentos foram adquiridos ao longo do tempo e o ex-diretor também se beneficiou da expressiva alta do mercado imobiliário na Barra da Tijuca. Os valores que ele atribuiu a alguns imóveis, no entanto, são diferentes do que se praticava no mercado.

De acordo com os valores declarados à Receita Federal e em escrituras registradas em cartórios do Rio, ele gastou cerca de R$ 3,29 milhões com os imóveis comprados após sua entrada na diretoria da estatal. Isso representaria 40% de sua renda. Considerando preços de mercado, os gastos sobem para R$ 4,65 milhões ou 56% do que ele recebeu.

Nas contas de Duque, apenas 30% de sua renda foi comprometida, porque ele não inclui no cálculo as salas comerciais, que teriam sido compradas com recursos da consultoria que montou após sair da estatal. Ele, no entanto, não informou o faturamento da empresa.

O levantamento dos valores dos imóveis foi feito pela Folha multiplicando a metragem das propriedades pelo valor do metro quadrado no site Zap Imóveis, além de consultas a cinco corretores.

A aquisição dos três apartamentos no Jardim Oceânico, área nobre da Barra da Tijuca, chamam atenção. Em 2009, Duque se associou a uma pequena construtora que pertencia a um amigo para comprar um terreno e construir um prédio de três andares e cinco apartamentos.

Naquele ano, ele fechou a compra da cobertura com cerca de 360 metros quadrados e oito vagas de garagem. Em 2010, acertou a aquisição de mais dois apartamentos de 170 metros quadrados cada para as duas filhas. O primeiro foi 85% pago na ocasião, mas o construtor aceitou receber o valor total do segundo apartamento quando a obra estivesse pronta em 2012.

O ex-diretor diz ter pago R$ 1,2 milhão pela cobertura e R$ 400 mil por cada apartamento, totalizando R$ 2 milhões. Mas um levantamento dos preços em 2009 e 2010 indica que a cobertura valia R$ 1,7 milhão e os apartamentos R$ 830 mil cada, o que totalizaria R$ 2,86 milhões.

O prédio tem mais dois apartamentos. Um deles foi adquirido pelo genro do construtor, também por R$ 400 mil, e outro pelo empresário Marcolino Belete.

Ele disse à Folha ter pago R$ 800 mil por seu apartamento --o dobro do que Duque teria gasto.


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