Folha de S.Paulo

Maior inovação do Raízes é inventar soluções

Em Itaobim (MG), Mariana e Marianne bateram à porta de uma artesã para comprar caixas de taboa. E uma senhorinha apareceu aflita: "Nossa, foi Deus que mandou vocês aqui. Estou sem um centavo para comprar fraldas geriátricas para meu filho, que é deficiente".

Esse é um exemplo do público-alvo da Raízes. "Nosso trabalho é de formiguinha", revela Mariana. "Não alcançamos grandes números rapidamente, mas pequenos resultados são valiosos."

No início do processo, desenvolvem um inventário em que questionam a população, os saberes, o potencial turístico e as necessidades da região. A partir daí, traçam metas que vão desde a capacitação até o associativismo.

A qualidade dos produtos é muito importante. Por isso, a Raízes tem uma equipe de designers que faz pequenas adaptações nas peças.

Unindo turismo solidário e de voluntariado nas hospedarias locais, além do comércio justo, sua maior inovação está em "inventar soluções".

Como no artesanato, Mariana e Marianne sinalizam: "Cada peça tem sua modelagem, e a criação é exclusiva".