Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Coreia do Sul e rock abrem noite na Sapucaí

Enredos patrocinados tomam conta dos desfiles no sambódromo do Rio

Primeira noite das escolas de samba tem dinheiro até de multinacional de defensivos agrícolas

DO RIO

"Rufam os tambores na avenida/Coreia do Sul se faz Carnaval". Com uma homenagem ao país asiático, cuja relação com o Carnaval carioca é desconhecida, começam hoje à noite no sambódromo do Rio os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, a elite do samba da cidade.

O enredo da Inocentes de Belford Roxo não é o único a causar estranheza. Em um ano de cintos apertados por causa da crise e de torneiras fechadas do jogo do bicho, que tem sua cúpula sufocada por investigações policiais, as escolas correram em busca do dinheiro da iniciativa privada.

Daí surgem enredos como o do Salgueiro, que tem o patrocínio da revista "Caras" para contar como a humanidade persegue a fama; ou o da Beija-Flor, com a história dos cavalos manga-larga marchador.

Para falar da agricultura e da vida no campo, a Vila Isabel recebeu recursos da multinacional de defensivos agrícolas Basf. Atual campeã, a Unidos da Tijuca contou com o apoio de empresas alemãs, interessadas em promover o ano do país no Brasil.

As quatro formam a elite do Carnaval do Rio. Possuem as melhores estruturas e os maiores orçamentos, entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, para montar seus desfiles.

Fora da elite, a Mocidade tem apoio do Rock in Rio e apostou em materiais reciclados e inovadores. Um carro terá 15 mil CDs usados.

Há ainda quem tenha apostado em um tema "patrocinável" em vão. Com o apoio de empresas do setor, a Grande Rio levará para a avenida a história da indústria do petróleo e a disputa em torno dos royalties, tomando partido do Estado do Rio. Não recebeu recursos da iniciativa privada ou do governo estadual -nem mesmo cantando, em seu samba, que "se faltar [os royalties] vai virar o caos".

A Inocentes, escola que estreia no Grupo Especial contando as glórias da Coreia, também ficou na mão. A promessa de um grupo de comerciantes coreanos de que a agremiação receberia recurso se aceitasse contar a história do país, não foi cumprida.

Desfilam ainda na elite do Carnaval carioca a Portela, com um enredo clássico e tradicional sobre o bairro de Madureira, onde nasceu; a Mangueira, falando sobre a cidade de Cuiabá; a União da Ilha, homenageando Vinicius de Moraes, e a São Clemente, discorrendo sobre as novelas televisivas.

-

Acompanhe a cobertura completa sobre o Carnaval no site da Folha:
folha.com.br/130051


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página