São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 1999



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A REVOLTA DA VACINA

9 de novembro de 1904

Biblioteca Nacional
Manifestantes fazem barricada em rua do Rio de Janeiro
Uma violenta rebelião popular estoura no Rio de Janeiro, a capital da República. O estopim do protesto é a lei, aprovada pelo Congresso, que institui a vacinação obrigatória contra a varíola. O principal motivo de descontentamento é a derrubada de habitações populares, ordenada pelas autoridades sanitárias, numa conjuntura de desemprego elevado e inflação alta.
A vacinação e a reforma urbana são essenciais ao projeto de modernização da capital do presidente Rodrigues Alves. Seu objetivo é atrair imigrantes e capital estrangeiro _o que seria impossível na cidade sem esgoto e assolada por doenças. O médico paulista Oswaldo Cruz (1872-1917), nomeado diretor da Saúde Pública em 1903, já havia atacado a peste bubônica e a febre amarela. Mas a imposição da vacina contra a varíola gera reações. A revolta dura três dias, com barricadas nas ruas, saques, depredações e mortes. O prédio da Escola Militar da Praia Vermelha (seus cadetes também entram na revolta) é bombardeado. Rodrigues Alves (1848-1919), diante da ameaça de golpe de Estado, prende chefes militares, decreta Estado de Sítio e garante aos sanitaristas o poder de aplicar a vacina. Iniciada a vacinação em massa, a varíola praticamente desaparece _256 casos em 1905 e 9 registros em 1906, quando Alves passa o cargo a Affonso Pena (1847-1909).

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