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SUICÍDIO DE GETÚLIO
24 de agosto de 1954
Emporium Brasilis |
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Foto mostra o
tiro no coração de Getúlio Vargas |
Por volta das 8h30,
o presidente Getúlio Vargas suicida-se aos 72 anos no Palácio
do Catete. Com um tiro no coração e uma carta-testamento em
que acusa os espoliadores e os grupos econômicos internacionais
por sua morte, o presidente consolida seu mito. Deposto em 1945, reassume
a presidência em 31 de janeiro de 1951, embalado por quase 4 milhões
de votos (48,7% do total) e pelos versos da marchinha mais popular daquele
ano: Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso
do velhinho/ Faz a gente trabalhar. A votação mostra
que ele ainda é o grande chefe político do país, mas
em circunstâncias mais complexas do que no passado: já não
conta com o apoio dos militares, enfrenta a oposição cerrada
dos conservadores e a desconfiança do centro. A partir de 1953, as
tensões políticas e sociais crescem. Além disso, com
o acirramento da Guerra Fria entre EUA e URSS, o nacionalismo de Vargas
passa a ser identificado com o comunismo por uma importante parcela das
Forças Armadas e pelos partidos conservadores. Em 1954, a oposição
encontra novos temas para a sua campanha antivarguista: a acusação
de que ele pretendia instaurar uma ditadura nos moldes peronistas. Mais:
um acontecimento inesperado sela a aliança entre civis e militares
para a deposição do presidente. Carlos Lacerda (1914-1977),
porta-voz e líder da oposição a Vargas, é vítima
de atentado em 5 de agosto, quando o major-aviador Rubens Vaz morre. As
investigações apontam como mandante o chefe da guarda pessoal
do presidente. Vargas é arrastado em uma enxurrada de denúncias
de corrupção e ligações criminosas. O Exército
exige a renúncia do presidente. Ele prefere o suicídio. Três
presidentes sucedem-se em 16 meses: Café Filho (1899-1970), vice
de Vargas, Carlos Luz (1894-1961), presidente da Câmara, e Nereu Ramos
(1888-1958), vice-presidente do Senado. Nas eleições de 3
de outubro de 55, com o apoio das forças getulistas, Juscelino Kubitschek
(PSD-PTB) é eleito presidente. |