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Bronze em Mundial, gaúcha conduz país de volta à elite

ESGRIMA
Gabriela Cecchini, 16, conquista pódio em torneio na Croácia

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

Gabriela Cecchini fez 15 anos em 12 de abril de 2012. Em vez da festa de debutante, pediu que a família organizasse um jantar só para os amigos. Na época, a avó materna queria dar um vestido de gala à neta. A estudante pediu que dona Maria usasse o dinheiro para lhe presentear com sua primeira roupa profissional de esgrima.

Ontem, Gabriela voltou a Porto Alegre, após comemorar seus 16 anos na Croácia, longe da família, com outro presente: o bronze no Mundial cadete (até 17 anos).

A conquista ocorreu no dia 7, na última semana da garota com 15 anos. A arma usada, o florete. Esse é o segundo maior feito já alcançado por um brasileiro na esgrima.

Em 2003, no sabre, Élora Pattaro ganhou a prata na mesma competição, aos 17.

"Foi uma grande surpresa. No Brasil, não há grande tradição, investimento e prestígio para a esgrima, e havia adversárias muito fortes", afirma Gabriela à Folha.

A gaúcha viajou para o campeonato com passagens pagas por seu clube, o Grêmio Náutico União, e a estada bancada pelos pais, Lúcia e André, neurologista e ginecologista, respectivamente.

O dinheiro para competir também saiu das economias de Gabriela, que recebe bolsa-atleta do governo --R$ 925 mensais que vão dobrar de valor neste ano por causa dos resultados internacionais.

"Espero que, com a minha conquista, tenhamos mais mídia para a esgrima, estimulando novas gerações", diz.

Para ir ao pódio no Mundial, a atleta teve de emprestar o agasalho da esgrimista Silvia Rothfeld, pois atletas das seleções cadete e juvenil não têm uniformes próprios.

Segundo Alexandre Teixeira, técnico de Gabriela desde os oito anos, o resultado a coloca com grandes possibilidades de disputar os Jogos do Rio-2016. Mas o plano deles é chegar à Olimpíada de 2020 com chances de medalha.

"Não queremos apressar nada. Ela vai atuar até os 17 anos no cadete e até os 20 no juvenil. Cada aprendizado precisa ser bem sedimentado. Ela tem um ótimo ambiente familiar e todo acompanhamento psicológico feito pelo clube", diz Teixeira.

O amadurecimento também é destacado pela mãe.

"Trabalho com adolescentes, sei que ela é muito diferente. Nasceu adulta. Quando bebê, ela não chorava, nos chamava. Quando criança, já argumentava. Agora, já gosta de boa gastronomia, livros, viagens", afirma Lúcia.

Concentrada, excelente aluna, fã de rock e literatura, a mais velha de três irmãos viaja para competir desde os dez anos e é ligada a questões sociais. No segundo ano do ensino médio, ainda não sabe o que cursar na faculdade.

Hoje, quer ser esgrimista.


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