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Ministro assina prefácio de livro que exalta Marin

2014
Aldo Rebelo e seu desafeto, o presidente da CBF, estão juntos em anuário chancelado pelo governo

MARTÍN FERNANDEZ SÉRGIO RANGEL ENVIADOS ESPECIAIS A GOIÂNIA

O presidente da CBF, José Maria Marin, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, travam uma disputa pelo protagonismo na organização da Copa do Mundo de 2014. Já na literatura, os dois estão juntos.

Rebelo assina o prefácio do livro "Brasil Futebol - Anuário das Seleções", editado pela Décor Books. Lançada há dois meses, a publicação é uma ode à seleção brasileira e rende homenagens a Marin.

Marco Polo Del Nero, braço direito de Marin e vice da CBF, também é tratado com destaque no livro --aparece em várias fotos, ao lado de políticos, cartolas e de Pelé.

Orçada em cerca de R$ 1 milhão, a publicação, que também tem textos em inglês, pretende contar "a história das seleções brasileiras" nos últimos dois anos.

No período, entre 2011 e 2012, em que foi dirigida pelo técnico Mano Menezes, a seleção não ganhou títulos e não foi capaz de derrotar nenhum campeão mundial com sua formação principal.

"Nem pagando muito vou falar como consegui juntar Marin e Rebelo no livro", disse à Folha o presidente da editora paulista, Antonio Carlos Gouveia Júnior. "Foi só mostrar a qualidade do projeto. Eles viram como era bem elaborado e ficaram agraciados."

Com uma edição luxuosa e preço de R$ 158, a publicação de mais de 500 páginas e centenas de fotos recebeu o chancela do governo federal.

Bilíngue, o livro tem o aval do Ministério do Esporte para fazer parte do "Plano de Promoção do Brasil na Copa do Mundo". A caxirola, instrumento musical criado por Carlinhos Brown --e agora proibida na Copa das Confederações-- também foi incluída no pacote do governo.

Na obra, em que aparece num foto de terno e fazendo embaixadinhas, Marin diz que o anuário é um "documento necessário para manter vivo o legado que conquistamos mundo afora".

Com quatro patrocinadores --Soccerex, Gillette (apoiadora da seleção), Icatu Seguros e Accenture-- o livro rasga elogios ao cartola.

Num dos textos, Marin é apresentado como sinônimo de "esperanças mil" e líder do futebol "mais aplaudido, venerado e sonhado".

Marin e Rebelo estão rompidos e já entraram em confronto várias vezes.

A última foi há pouco mais de um mês, quando o presidente da CBF acusou o ministro de "não ser do ramo".

Na ocasião, Rebelo havia defendido mudanças no calendário do futebol.

O ministro, do PC do B, também é contra as posições políticas do presidente da CBF, que se aproxima cada vez mais de líderes da oposição ao governo, como Aécio Neves.

Marin tem sido alvo de campanha de entidades de direitos humanos e parlamentares para renunciar do comando da entidade em razão de sua atuação no regime militar.

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fontelles, classificou anteontem de "atitude horrível" a atuação do cartola da CBF na ditadura.

Marin já publicou texto no site da CBF afirmando que há uma campanha para abalar sua honra.


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